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Jogador do Sp. Covilhã finta crise da pandemia com entregas ao domicílio

Joel Vital tinha inaugurado o G.TREZE em meados de fevereiro, mas a pandemia colocou tudo em causa. O defesa central arregaçou as mangas, colocou mãos à obra e foi entregar os pedidos às casas dos clientes.

Joel Vital

© Global Imagens

Francisco Amaral Santos
22/06/2020 07:54 ‧ 22/06/2020 por Francisco Amaral Santos

Desporto

Histórias do Confinamento

Joel Vital teve de lidar bem de perto com as consequências da pandemia do novo coronavírus. O jogador do Sporting da Covilhã tinha inaugurado um restaurante em meados de fevereiro e passadas três semanas teve que fechar as portas. Além de ter ficado privado de jogar futebol, o defesa de 32 anos teve que arregaçar as mangas e dedicar-se a tempo inteiro ao G.TREZE, ficando ainda encarregue de fazer as entregas dos pedidos às casas das pessoas. 

Joel Vital confessa que teve medo de "perder tudo", ao mesmo tempo que admite que houve noites em que não conseguiu dormir fruto das várias preocupações que o assolavam em tempo de confinamento

Em entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, o jogador do Sporting da Covilhã relata aquilo que teve de lutar durante dois meses e meio para manter o negócio de pé. 

"Isto foi tudo um bocado ingrato. Tínhamos pensado abrir este restaurante já desde de setembro do ano passado. Fizemos as obras e tivemos que licenciar tudo, e depois quando decidimos abrir, em meados de fevereiro, passadas três semanas começaram a aparecer aqui casos da Covid-19. Tivemos que fechar logo por iniciativa própria para protegermos os nossos empregados e os clientes. Tivemos que reestruturar a ementa e introduzir o serviço de take away, que era algo que não tínhamos. Mas foi isso que nos ajudou a manter o restaurante durante dois meses e meio. Agora já voltámos a abrir e as pessoas estão a ganhar confiança aos poucos", começa por contar Joel Vital, em declarações ao Desporto ao Minuto. 

Naturalmente, na cidade da Covilhã, foram muitos os clientes que ficaram surpreendidos quando ao receberem os respetivos pedidos deram de caras com um dos jogadores mais antigos do plantel do clube da cidade da Beira Baixa. 

"Tive que meter as mãos à obra. Eu e o meu sócio Gerson Oliveira, que é o chefe. Éramos só eu e ele. Ele preparava os pedidos e eu levava-os às casas dos clientes por toda a Covilhã. As pessoas reconheciam-me e ficavam surpreendidas por o restaurante ser meu, porque ainda era recente. Até me perguntavam se tinha deixado o futebol ou se já não ia jogar mais e eu explicava a minha história", explica. 

Joel Vital não deixa de admitir que teve medo de que todo o investimento feito no G.TREZE tivesse o fim mais indesejado. No entanto, o atleta do Sporting da Covilhã destaca a rapidez e a prontidão com que optaram pelo serviço de take away.

"Senti desde o início que poderia perder este negócio. Desde o momento em que tivemos que fechar, senti que poderíamos perder tudo. Tínhamos feito um investimento alto, não recorremos a empréstimos nem à banca, foi do nosso bolso. Senti logo que poderíamos estar a perder dinheiro e o investimento feito na cidade. Fomos o primeiro restaurante a abrir o take away e o primeiro a entregar os pedidos às casas das pessoas. Foi benéfico para nós. Não cruzámos os braços e fomos atrás do prejuízo, como se costuma dizer", relata Joel Vital, prosseguindo. 

"Confesso que tive noites em que nem consegui dormir direito. Ficava a pensar se o futebol iria ou não voltar, se teríamos que treinar ou não, mais a parte do restaurante. Tivemos que viver dia a dia. Não podíamos ter muito stock. Todos os dias tínhamos que ir às compras de manhã e à tarde para renovarmos as ementas, e depois tinha que fazer as entregas. Foi muito desgastante, mas, por outro lado, acabou por ser benéfico. Senti que as pessoas gostaram do serviço de tal forma que mantivemos o take away mesmo depois de reabrimos o restaurante. Foi gratificante poder ver as pessoas ficarem contentes com o nosso serviço. Foi isso que nos foi dando alento para não desistirmos", sublinha. 

Desilusão pelo final antecipado da II Liga 

Joel Vital confessa que tem sido difícil lidar com a decisão da Liga em dar por terminada a presente temporada na II Liga. O jogador do Sporting da Covilhã recorda que os jogadores do segundo escalão são tão profissionais como os do primeiro e acredita que o que sente é partilhado pelos restantes companheiros de profissão. 

"A minha vida é o futebol e sempre foi. Adoro jogar futebol e estou com imensas saudades do relvado, do balneário, dos meus colegas e de todas as nossas brincadeiras. Nunca esqueci completamente, mas deu para ter outras preocupações. Fazemos vida disso e eu ainda tenho mais alguns anos pela frente. Fiquei preocupado e fiquei muito desiludido quando anunciaram o fim antecipado da II Liga e a continuação da I Liga. Não fez sentido rigorosamente nenhum. Banalizaram os jogadores da II Liga. Ficámos desapontados com essa decisão. Somos profissionais e descontamos como tal todos os meses, e depois quando toca a decisões, já não somos profissionais. Basicamente foi isso que esta decisão nos deu a entender", lamenta. 

Ainda sem data de pré-época 

Os jogadores do Sporting da Covilhã cumprem, por esta altura, planos de treino individualizados. A data de regresso aos treinos coletivos ainda não foi estipulada, mas já existe uma certeza no futuro de Joel Vital. O defesa de 32 anos renovou contrato até junho de 2021 e vai continuar a vestir a camisola dos leões da Serra por mais uma temporada. 

Apesar do susto provocado pela pandemia, e de semanas de muita ansiedade, Joel garante estar agora mais aliviado, não deixando, porém, de alertar que toda esta situação ainda não foi resolvida. 

"Sinto-me contente por ver as pessoas a ganhar confiança e a recuperarem a rotina. Ir aos restaurantes faz parte do dia-a-dia das pessoas. Mas continuo preocupado com esta situação toda. Há casos diariamente e há possibilidade de mais tarde termos que voltar atrás. Não estou, de todo, aliviado. Temos que viver um dia de cada vez e esperar que isto não se agrave mais", remata o defesa central do Sporting da Covilhã. 

'Histórias do Confinamento' é a nova rubrica do Desporto ao Minuto que pretende dar a conhecer aquilo que de melhor ou de mais insólito a quarentena originou. De gestos solidários aos episódios mais peculiares, todas as segundas-feiras poderá espreitar uma nova história para ler e... partilhar.

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