Mas será que ninguém quer ser campeão nacional? Esta é a pergunta que se impõe depois de o FC Porto voltar, esta terça-feira, a marcar passo na I Liga, menos de uma semana depois de ter, por fim, conseguido isolar-se na frente da competição.
Ainda que sem nunca encantar, os dragões controlaram o jogo na Vila das Aves, mas depararam-se com uma autêntica 'muralha' de nome Fábio Szymonek, que defendeu o possível e o impossível para segurar um empate sem golos.
A exibição de sonho do guarda-redes começou a desenhar-se logo aos 19 minutos, quando defendeu uma grande penalidade cobrada por Zé Luís, e, daí em diante, mostrou-se intransponível, para desespero, especialmente, de Luis Díaz e Moussa Marega.
O FC Porto dispôs da posse da bola durante a larga maioria da partida e instalou-se no meio-campo adversário, diante de um Desportivo das Aves que pouco ou nada criou, com exceção de uma jogada estudada que culminou com um remate de Diakhité às malhas laterais.
O FC Porto mantém-se, para já, na liderança isolada da I Liga, com 64 pontos, mas já sabe que, caso o Benfica bata o Rio Ave, voltará a ter companhia no topo da tabela. O Desportivo das Aves, por sua vez, conseguiu levar um ponto da partida da 27.ª jornada (passa a somar 14), mas continua 'afundado' na última posição e em posição delicada.
Figura
A noite não começou bem para Fábio Szymonek, que cometeu uma grande penalidade logo aos 19 minutos de jogo. No entanto, o guarda-redes do Desportivo das Aves não se deixou abater e, daí em diante, mostrou-se indisponível, defendendo, não só o remate de Zé Luís, como os de toda a equipa do FC Porto.
Surpresa
Se assim o entender, o FC Porto (e a seleção nacional) terá lateral-direito de classe durante muitos e bons anos. Tomás Esteves estreou-se a titular pelos dragões na Vila das Aves, mas não acusou a pressão e assinou uma exibição de mão cheia. Não só acrescentou na hora de atacar, como também se recusou a virar a cara à luta quando teve que defender.
Desilusão
Uma noite verdadeiramente para esquecer de Zé Luís. Tudo correu mal ao internacional cabo-verdiano, começando pela grande penalidade desperdiçada e culminando numa série de jogadas estragadas com receções mal orientadas ou com decisões fora do contexto. O facto de ter jogado sozinho na frente não ajudou, mas não explica tudo.
Treinadores
Nuno Manta Santos
O duelo colocava, frente a frente, o primeiro e o último classificado da I Liga, e o treinador do Desportivo das Aves preferiu jogar pelo seguro e preocupar-se, antes de tudo, em não sofrer. A intenção ofensiva dos homens da casa foi praticamente nula, mas, naquilo a que estes se propuseram para esta partida, mostraram-se competentes.
Sérgio Conceição
Surpreendeu ao alterar a disposição do FC Porto, retirando Marega para deixar Zé Luís sozinho na frente de ataque, e a verdade é que fez mais do que suficiente para vencer. Os dragões controlaram o jogo, dispuseram de oportunidades de sobra e, especialmente na segunda parte, assinaram jogadas de brilhantismo ofensivo. Só faltou mesmo... marcar.
Árbitro
Uma exibição discutível de Carlos Xistra, começando desde logo pela decisão de atribuir uma grande penalidade ao FC Porto aos 19 minutos, onde não fica claro se Fábio Szymonek toca ou não na bola antes de atingir Otávio. O juiz não se coibiu, ainda, de 'puxar' dos cartões, tendo a partida acabado com oito jogadores 'amarelados'.
