Bruno Lage, técnico do Benfica, fez esta terça-feira a antevisão da partida de amanhã frente ao Rio Ave.

Numa conferência de imprensa em que as ausências dominaram as perguntas dos jornalistas, o técnico deu a entender que confia em todos os atletas.

Questionado sobre a recente falta de resultados, Bruno Lage afirmou ainda esperar inverter o ciclo, afirmando ainda que falta de empenho dos seus jogadores não explica os resultados menos conseguidos.

Confira o essencial da antevisão de Bruno Lage.

Samaris: É tudo uma questão de opção. Entendo perfeitamente a pergunta, mas faço-lhe eu uma pergunta. Tenho boa memória e sou um indíviduo coerente. A pergunta, há duas semanas, era sobre Gabriel, se era o indíviduo certo para estar em campo. Não podemos olhar só para um jogador que está dentro ou fora. Com a ambição que temos, é nesse sentido que temos de orientar a nossa atenção.

Pondera mudar sistema face a ausências de três jogadores da defesa - Grimaldo, Jardel e André Almeida: Nunca nos podemos esquecer, daquilo que são as nossas ideias e a forma como os jogadores interpretam as nossas ideias, mas também as características dos jogadores. Nunca nos vamos esquecer do que é a estratégia para o jogo. Ao longo da época fomos tendo dinâmicas e posicionamentos diferentes. Há um conjunto de situações que vamos sempre olhar para isso: os jogadores que estão disponíveis e as nossas ideias. 

Razão para ciclo negativo?: Temos de marcar mais golos que o adversário. Entre o ganhar e o perder houve uma coisa que desceu, que foi o número de golos. É responsabilizar os nossos jogadores? Não. É responsabilizar tudo. Até dois penáltis falhámos. Não é olhar para o sofrer ou marcar, mas não marcámos tantos golos como estávamos a marcar. O mais importante é orientarmos o nosso trabalho, o nosso foco e energia para qie p próximo jogo seja uma oportunidade para voltarmos a aparecer como equipa que somos.

Insatisfação dos adeptos e falta de tolerância dado o percurso do ano passado: A paixão é isso. Já o ano passado tive oportunidade de falar disso. Eu sinto apoio das pessoas. Se estão satisfeitas? Não. Queremos fazer mais e melhor. Toda a gente está empenhada em dar alegria a estas pessoas. Quando estamos a dar resultados positivos, a paixão é uma coisa fantástica. No contrário, há crítica. Percebo perfeitamente, os jogadores também, aquilo que o momento que passamos que não tem nada que ver com o futebol, com o outro que é o futebol e o adepto que apoia a equipa.

Falta liderança em campo e empate em Portimão?: Não. 

Ausência de adeptos penaliza mais os grandes?: Na minha opinião, sinto claramente a ausência do que é a alma do Benfica. É recordar o que vivemos quando fomos a Vila do Conde. Aquele mar de gente para nos apoiar. Passou-nos uma energia positiva que sentiamos de antemão e que o campeonato estaria do nosso lado. O que passamos com o Tondela, passamos o ano passado ... com os adeptos a empurrarem-nos para a vitória. Nunca me senti, com uma ou outra exceção, a jogar fora de casa pelo apoio que temos sentido dos nossos adeptos.

Mexidas na defesa: Primeiro, confiança total nos jogadores que vão substituir quem sai do último jogo. Mas o trabalho é sempre igual. Não trabalhamos os que jogam mais ou os que jogam menos. Trabalhamos para todos estarem preparados para jogar. Estamos a falar de vários jovens que podem entrar, mas todos jovens e com muita tranquilidade e confiança da minha parte... e com jogos na equipa principal e muito trabalho ao longo da época.

Carvalhal conhecer o treinador: Não me preocupa. Trabalhei com eles durante seis anos, no Dubai e Inglaterra. Vivemos como uma família. No Rio Ave está lá a minha família e o meu sangue, que é o meu irmão. O meu foco e a minha orientação é vencer.

10 jogos com apenas uma vitória - ciclos divergentes: Falta de empenho não é. Nessa sequência há uma paragem de três meses que não se pode esquecer. É perceber que o jogo seguinte é sempre um jogo em que o adversário nos vai apresentar dificuldades diferentes. É sempre uma oportunidade de fazer mais e melhor. Tivemos uma parte da época com um registo muito interessante, agora menos produtiva em termos de pontuação, são os mesmos jogadores e a mesma forma de trabalhar.

Jogador terem estado com famílias e trabalho psicológico: Não é novidade de que fazemos estágios. O estágio é no dia que antecede o jogo. Houve uma altura em que estivemos concentrados e juntos para para trabalhar para não estarmos expostos ao vírus. O trabalho? Acredito muito no que é o bem-estar de toda a gente. Pessoas com energia positiva tem mais vontade de trabalhar. Onde é que se renovam energias? É a treinar, voltar a fazer e a fazer bem para ter energia positiva. O meu foco é muito no que é a tarefa e no que temos de fazer dentro do campo. É nisso que a nossa energia positiva é renovada.

Jogadores e intensidade: Primeiro é a forma de estar na vida e o empenho e dedicação de todos eles treinaram. Viu-se a primeira parte que fizemos, mas com 2-0 na mão não podíamos deixar o Portimonense ficar com posse de bola e colocar-nos naquela posição. O essencial é sentir que toda a gente trabalha diariamente para querer fazer o seu melhor. Vejo isso nos jogadores e é a minha forma de trabalhar e dedicar-me a esta profissão: tudo o que não é fundamental não entra em mim. Vivo o dia a dia de forma muito tranquila e com o empenho de analisar o jogo anterior e não trazer nada de bom ou mau para o jogo seguinte.

Rio Ave: Pretendem chegar a lugares europeus e também um feito histórico, que é o maior número de pontos feitos pelo Rio Ave. Espero uma equipa muito competente. Têm feito, em termos de jogo jogado, uma excelente campanha. Têm enormes valores individuais e coletivos e uma equipa técnica de excelência. Pretendemos fazer o que sabemos e o que trabalhamos. A excelência foi encontrada em Portimão e queremos continuar esses 45 minutos de excelência.

Antevisão: Depois de várias jornadas sem vencer, mesmo depois da paragem competitiva forçada pela pandemia de Covid-19, o Benfica viaja esta quarta-feira a Vila do Conde para enfrentar o Rio Ave.

Em plena crise de resultados, com a partida do FC Porto já finalizada, as águias partirão para o norte do país com uma única missão no seu horizonte: trazer os três pontos para Lisboa.

Com Bruno Lage na 'corda bamba', com vários nomes a serem apontados ao seu lugar, mas também com baixas de peso na equipa, onde agora faltam os lesionados, por exemplo, Jardel e Grimaldo, será um jogo de dificuldade máxima aquele que espera o técnico dos encarnados.

Fique com o Desporto ao Minuto e acompanhe, a partir das 13h30, a antevisão de Bruno Lage.