Vitória SC e FC Porto defrontaram-se, neste domingo, num duelo relativo à 21.ª jornada da Liga portuguesa.
Um encontro que ficou pautado pelo que ocorreu, aos 69 minutos de jogo, no estádio D. Afonso Henriques.
O internacional maliano Marega decidiu abandonar o terreno de jogo por culpa dos cânticos racistas, provenientes das bancadas.
No final desta noite de domingo, o Vitória SC emitiu um comunicado em que teceu duras críticas ao presidente da Mesa da Assembleia Geral do clube, José António Fernandes Antunes, reiterando ainda a cooperação "com as entidades judiciais competentes" na avaliação deste caso.
Eis o comunicado do Vitória SC:
O VITÓRIA SPORT CLUBE, ciente da responsabilidade de uma instituição de utilidade pública com quase cem anos de história, não deixará de censurar toda e qualquer manifestação de violência, racismo ou intolerância. Daí nada se alcança, senão mais violência, mais racismo e mais intolerância.
Por essa razão, o VITÓRIA SPORT CLUBE não encara a violência e a intolerância associada ao desporto como uma luta, um combate ou até mesmo, como para alguns, uma guerra. A história, o presente e os símbolos do clube são tributários de uma identidade inclusiva, integradora e assente em valores de igualdade e universalidade, sendo esta, para nós, a única abordagem capaz de erradicar a discriminação no desporto e na sociedade.
Em consonância com esses princípios e valores, o VITÓRIA SPORT CLUBE vai averiguar o sucedido no decurso do jogo realizado no Estádio D. Afonso Henriques, agindo com firmeza e consequência, em cooperação plena com as entidades judiciais competentes.
A gravidade e a seriedade com que o VITÓRIA SPORT CLUBE perspetiva este assunto não se coaduna com qualquer desculpabilização legitimadora de comportamentos racistas ou discriminatórios, pelo que não se revê no comentário inapropriado do Presidente da Assembleia Geral do clube a este propósito.
O VITÓRIA SPORT CLUBE é preto e branco, de pretos e de brancos. As vítimas são de todas as cores e de todos os clubes."