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"O Sporting é candidato ao título. Estaria a mentir se dissesse que não"

Pedro Catarino chegou ao Sporting com um único pensamento: conquistar títulos. No início desta temporada abraçou mais um desafio, ao ingressar no quinto clube da sua carreira, e foi com o regresso do emblema de Alvalade ao basquetebol que o sonho de conquistar troféus ganhou nova vida. Um sonho que pode ser concretizado já este domingo.

"O Sporting é candidato ao título. Estaria a mentir se dissesse que não"
Notícias ao Minuto

08:12 - 16/01/20 por Ruben Valente

Desporto Pedro Catarino

O Sporting pode este fim de semana conquistar o seu primeiro troféu naquele que é o seu regresso ao basquetebol. Foram 24 anos de ausência que culminaram com uma chegada em força. Os verde e brancos dividem a liderança do campeonato com o Benfica e averbaram apenas uma derrota em 16 jogos, precisamente… diante das águias.

Este sábado jogam-se as meias-finais da Taça da Liga em Sines e, pela frente, o clube leonino terá a bicampeã nacional, a Oliveirense. Foi, precisamente, antes de um dos encontros mais importantes da temporada que Pedro Catarino afiançou ao Desporto ao Minuto que o Sporting vai fazer de tudo para trazer o troféu para Alvalade.

Numa entrevista exclusiva ao nosso site, o extremo de 29 anos não quis adotar uma postura de falsa modéstia e garantiu também relativamente ao campeonato: “Estaria a mentir se dissesse que não somos candidatos ao título”.

Este fim de semana, o Sporting pode conquistar o seu primeiro título depois de 24 anos de ausência do basquetebol. O plantel sente essa pressão acrescida?

Eu até acho que isso nos retira pressão. As outras equipas é que já competiram na Taça da Liga. Nós somos um novo projeto e não temos essa pressão. Agora, somos uma equipa muito ambiciosa e vamos jogar para ganhar. Isso é certo!

Quais as maiores dificuldades esperadas na meia-final frente à Oliveirense?

Vai ser uma equipa com outro tipo de energia em comparação com aquela que defrontámos no João Rocha. É um troféu e todas as equipas que disputam um troféu jogam para ganhar, não para competir. Não deixa de ser a bicampeã nacional, uma equipa muito bem orientada, com portugueses com muita experiência. Os americanos ainda estão a adaptar-se, mas têm muito valor. Vai ser um jogo muito complicado e temos de ir à luta para tentar ganhar o jogo.

Vocês já sabem o que é ganhar-lhes esta temporada…

São competições diferentes. Numa Taça já sabemos que, por vezes, há aquele resultado inesperado, mas vamos fazer tudo para que esse resultado não aconteça.

Oliveirense, FC Porto ou Benfica? É aquele caso do venha o diabo e escolha

Se passarem esta meia-final terão pela frente Benfica ou FC Porto. Quem preferes ter como adversário, sendo que a vossa única derrota este ano foi contra à equipa da Luz?

Como eu digo, nas Taças, o favoritismo vai por água abaixo porque são jogos do momento, a eliminar, e uma equipa pode estar inspirada e a outra não… O que temos de fazer, mesmo que não estejamos inspirados, é seguir os nossos princípios, nomeadamente os defensivos, para não permitir que a outra equipa esteja inspirada. Independentemente de ser a Oliveirense, FC Porto ou Benfica, é aquele caso do venha o diabo e escolha.

Mas caso passem mesmo à final e joguem contra o Benfica, existe aquela vontade extra de ganhar por ter sido a única equipa que vos derrotou esta época?

Há sempre a vontade de vingar e redimirmo-nos dos nossos erros. Mas vamos estar preparados para qualquer uma das equipas.

No campeonato [Liga Placard], o Sporting é a equipa com maior número de pontos marcados e a que tem também menos pontos sofridos. Apesar de ser o ano do ‘regresso’ ao basquetebol, consideras que são um claro candidato ao título, até porque estão neste momento na liderança partilhada com o Benfica?

Acho que sim. Principalmente nesta primeira volta demonstrámos a nossa qualidade e, sobretudo, o nosso trabalho diário que tem sido muito duro. Muitas batalhas diárias para chegarmos ao fim de semana e conseguirmos produção no jogo e vitórias. Acho que somos candidatos ao título e estaria a mentir se dissesse que não. Mas vai ser muito duro… Temos agora a Taça da Liga, as equipas estão fortes, muito competitivas. Tivemos alguns resultados volumosos, mas que não demonstram a real valia dos nossos adversários. Temos de estar sempre muito focados em todas as alturas.

É, então, uma corrida a quatro?

Acho que há uma diferença e basta olhar para a classificação, que não engana. No entanto, o Vitória SC tem muita qualidade e conseguiu competir com todas as equipas de topo, apesar de não ter ganho nenhum jogo. Temos o caso da Ovarense, que perdeu connosco no último fim de semana, mas no anterior ganhou ao FC Porto. Temos também o Galitos, com quem tivemos um jogo complicadíssimo no Barreiro. Pode haver aquela distânciazinha para os quatro primeiros, mas ainda assim não podemos adormecer à sombra da bananeira.

Falando da tua vinda para cá… Assim que surgiu esta oportunidade de vires para o Sporting, o que te passou pela cabeça no imediato?

Que vinha para um sítio para ganhar. Já jogava há muito tempo, mas não ganhava. Não entrava nas competições para ganhar. Surgiu então o Sporting e eu pensei: ‘finalmente vou jogar para ganhar’.

Este é já o teu 12.º ano a participar no campeonato, passaste por cinco equipas diferentes, és muito conhecedor da realidade do basquetebol português. Sentes que a entrada do Sporting na Liga veio trazer algo que estava a faltar ao basquetebol nos últimos anos?

Acho que sim. Vamos ser honestos, o povo português está muito habituado ao futebol e, ao surgirem na liga de basquetebol estes clubes, acho que é benéfico porque consegue-se trazer mais público. Mesmo as pessoas que não percebam tanto de basquetebol, vêm ver o jogo e conseguem apreciar porque não deixa de ser um desporto espetacular. Acho que foi benéfico até pelas transmissões televisivas. O Sporting é uma equipa com uma infra-estrutura espetacular, com muita gente sempre no pavilhão. Mesmo nos jogos fora conseguimos levar muito público. Tudo o que forem medidas para trazer mais público para o basquetebol é benéfico e o Sporting tem sido peça chave nisso. Ainda para mais competindo para ganhar todos os troféus.

Notícias ao MinutoPedro Catarino na sua apresentação pelo Sporting no verão de 2019© Sporting Clube de Portugal

O Sporting acaba por acrescentar também mais uma equipa candidata ao título, o que torna a Liga ainda mais competitiva. Todos ganham com isso, jogadores, equipas e adeptos?

Sem dúvida. Tornar o campeonato mais competitivo só o torna mais atrativo. Estarem sempre as mesmas equipas a lutar para ganhar torna-se enfandonho. Assim são quatro equipas as que se estão a destacar mais nesta altura e, quando assim é, o campeonato torna-se muito mais atrativo. Até nas casas de apostas, as coisas ficam mais difíceis (risos). Quem é que vai ter a vantagem neste ou naquele jogo? Acho que fica tudo muito mais divertido.

Recentemente, Portugal conquistou o Europeu de sub-20 e vimos nomes de vários jovens sobressair como o Neemias, o Rafael Lisboa… Achas que esta nova geração pode trazer algo de novo ao basquetebol português?

O Europeu de sub-20 foi absolutamente fantástico. Mas, atenção, já tínhamos tido boas prestações no feminino. Não o título, mas um 2.º lugar e bons resultados na divisão A, que por vezes é ainda mais complicado do que na divisão B. Mas o título foi fantástico e isso para a malta jovem é uma referência. Continuamos é a ter um problema… A equipa sénior não está ainda a ser a referência, mas esta nova fornada de jogadores tem hipótese de o fazer. Têm todas as condições para isso. Se os clubes e os próprios atletas forem disciplinados e ambiciosos, o futuro pode ser muito risonho para o basquetebol. Agora é uma coisa que dá trabalho e, muitas vezes, quando dá trabalho começam a cortar-se. Isso não pode acontecer. Já que temos o talento, há que aproveitar e também divertir-nos, porque não deixa de ser um jogo. Mas vamos divertir-nos a fazer bem.

Achas que a entrada de um jovem como o Neemias Queta para a NBA dava ainda mais destaque ao basquetebol português?

Eu espero por tudo que ele consiga entrar na NBA. Seria ótimo para ele e é o sonho de qualquer basquetebolista, entrar na melhor liga do mundo. Estou a rezar para que isso aconteça também para o nosso basquetebol dar o salto. É uma visibilidade completamente diferente. Apesar de o nosso país ser mais ligado ao futebol, toda a gente sabe o que é a NBA. Se um português conseguisse lá entrar, seria fantástico e o empurrãozinho que, se calhar, estamos a precisar.

Tens sido aposta regular esta temporada, mas somado menos minutos do que, por exemplo, nas tuas duas últimas épocas no Lusitânia. O que tem faltado para te impores realmente aqui no Sporting?

Isso é muito simples, jogo a extremo e tenho dois bicampeões nacionais à minha frente: o James Elissor e o Travante Williams. Logo aí estou a batalhar, entre aspas, com dois dos melhores jogadores da Liga. Mas isso de ganhar minutos tem de ser dentro de campo. Se as coisas correrem bem, vou ganhando minutos. Para as coisas correrem bem tenho de continuar a fazer o trabalho que tenho feito. Se não houver competição, também não se evolui. Felizmente, nós temos competição em todas as posições, em todos os treinos, em todos os segundos de treino, o que é fantástico. Mas se o meu papel for jogar 10 minutos e a equipa ganhar, estou feliz assim. Eu quero é ganhar jogos.

Começaste a tua carreira no FC Porto e agora és atleta do Sporting. Sentes que no basquetebol a rivalidade é bastante mais ligeira do que no futebol?

Há um bocadinho menos. A informação se calhar também não passa tanto. Ligamos a televisão e no telejornal temos para aí 30 ou 40 minutos só de futebol. Modalidades é raro. Mesmo no jornal, a rúbrica das modalidades é de duas ou três páginas, enquanto o futebol é o jornal inteiro. É complicado educar, entre aspas, as pessoas para perceber as rivalidades. Mas a cultura do basquetebol talvez seja um bocadinho diferente. Não levamos isso tão a peito e conseguimos perceber o profissionalismo, perceber que se calhar é o melhor para aquele jogador ir para aquele clube naquela altura. Desde que não se seja ordinário com o clube anterior. Claro que há sempre um certo ‘picanço’, mas as coisas não passam disso.

Mas se te perguntar qual é o clube do coração, a resposta é…

Vou ser honesto. O clube do meu coração é o Maia Basket. Foi o clube onde fui mais feliz. Consegui, na altura, subir com os meus colegas da ProLiga para a Liga, algo que foi impensável durante anos. Fiz muitas amizades lá, mais do que por exemplo no FC Porto. Aqui também só estou há alguns meses, mas estou felicíssimo com o plantel e com a amizade que temos tido uns com os outros. Tem sido uma agradável surpresa.

O que podemos esperar do Pedro Catarino para o que falta da temporada?

Podem esperar o mesmo desde o dia 19 de agosto [dia em que o Sporting iniciou a época]. É trabalhar todos os dias. Muitas vezes o treinador tem de me mandar para casa porque continuo aqui a lançar ou porque vou para o ginásio. É sempre muito trabalho, muito profissionalismo e, de vez em quando, um bocadinho extrovertido, às vezes demais (risos). Mas sobretudo muito profissional.

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