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"Esta distinção é mais importante do que o futebol. Estou orgulhoso"

Treinador foi esta segunda-feira condecorado, no Palácio de Belém, com a Ordem do Infante D.Henrique.

"Esta distinção é mais importante do que o futebol. Estou orgulhoso"
Notícias ao Minuto

17:31 - 30/12/19 por Notícias Ao Minuto

Desporto Jorge Jesus

Jorge Jesus foi, esta segunda-feira, condecorado, no Palácio de Belém, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com a Ordem do Infante D.Henrique, dados os feitos alcançados ao serviço do Flamengo.

Nas primeiras declarações após receber esta distinção, o treinador português mostrou-se muito orgulhoso por ser condecorado.

"É com orgulho que hoje recebo esta condecoração. Sei qual é o significado dela, sei quem era o Infante D. Henrique... Porque todos os dias no Brasil tinha de atravessar a Avenida Infante D. Henrique. Até no Brasil, antes de ser condecorado, já havia uma aproximação com ele. Portugal e o Brasil são dois países irmãos. Ao longo destes sete meses percebi isso, não tenho dúvida que são dois países ligados pela história e culturalmente. Não fomos nós, eu e a minha equipa técnica, que descobrimos o Brasil, foi Pedro Álvares Cabral em 1500. Não fomos nós a dar a independência ao Brasil, foi D. Pedro em 1822", começou por dizer o técnico português.

"Fomos nós que a 23 e 24 de novembro conquistámos dois títulos no Brasil. Vamos ficar ligados para sempre à nação do Brasil e do Flamengo. A nação do Flamengo são 50 milhões de adeptos. Daqui a 50 anos não vou estar cá, mas eles vão dizer que foram os portugueses conquistaram a Libertadores e o Brasileirão. Para além disso, tive a oportunidade de constatar que há uma enorme comunidade portuguesa no Brasil. Em 10 brasileiros, 5/6 têm descendência portuguesa", prosseguiu.

"O povo português adora o Brasil e o povo brasileiro adora Portugal, gosta de falar de Portugal. Muitos me diziam que a avó ou o pai eram portugueses... há uma ligação muito afetiva e, para mim, esta distinção é mais importante que o futebol", acrescentou, antes de concluir.

"Para mim, esta condecoração vai para além do futebol. Sempre senti essa ligação ao treinar o Flamengo. Senti que treinava uma equipa desportiva, mas que representava um país. Quando subi ao pódio levei a bandeira portuguesa. Estou honrado e orgulhoso de ser português."

Respostas aos jornalistas

Emoção vivida: "Emocionado não, mas um bocadinho mais pesado devido ao peso da medalha. É uma condecoração completamente diferente daquilo que eu tive ao longo dos meus anos desportivos. É no meu país, tem um significado especial. O Infante D. Henrique nunca foi um navegador, mas sim um estratega. Associa-se assim àquilo que é o treinador, para além do orgulho e da honra, é também um significado especial por mim."

Acarinhado por todos: "A importância do povo português partilhar as vitórias do Flamengo, principalmente nas competições internacionais, como foi na Libertadores e no Mundial. Essa, para mim, talvez tenha seja a mais importante. Sentir o consenso e o carinho em relação ao treinador Jorge Jesus. "

Importância da presença dos presidentes de Benfica, Sp. Braga e Sporting: "Claro que não poderia ter todos aqui, mas sei que chegámos aqui com ajuda de muita gente. Portanto, aqueles presidentes que estavam mais perto de Lisboa, procurei convidar, como também todas as referências do futebol português, como o presidente da FPF, da Liga... Se calhar já não conheceram um: Pimenta Machado, antigo presidente do Vitória SC. Quis associar esta minha condecoração a eles porque sem eles talvez não estava aqui."

Flamengo: "Já falámos sobre isso. Dia 19 vamos regressar ao Rio Janeiro para iniciarmos a pré-época. Temos contrato até junho, temos mais seis meses de contrato e estamos felizes não só pelos resultados nesta época, mas também há coisas que são tão ou mais importantes que os êxitos desportivos. A forma amorosa e apaixonada que nós, adeptos do Flamengo, têm connosco equipa técnica. Não estava habituado a ter um estádio com 70 mil pessoas a gritar pelo meu nome. Isso é uma demonstração de carinho que eles têm por todos nós. É isso que vai influenciar nas minhas decisões." 

Regresso ao futebol português: "A minha ideia foi unir o futebol português à volta dos interesses do futebol. Gostava de ter aqui mais presidentes, também convidei o presidente do FC Porto para estar aqui, mas não pode estar porque ontem fez anos e está doente. O futuro do futebol português tem de passar por um caminho diferente, havendo rivalidade entre os adeptos. Temos um futebol bonito, adeptos com carinho e paixão pelos seus clubes e estes dois anos em que estive fora, deu para sentir isso. Nós temos de começar a comunicar isso e isso começa pelos treinadores e pelos presidentes." 

Futebol português novamente: "Repetindo aquilo que eu disse, o futebol português lindo por percorrer. Somos um país com 10 milhões, mas temos qualidade ao melhor nível do mundo. Agora é saber conjugar a riqueza que o futebol português tem com a riqueza do seu futebol e todos os agentes tenham a consciência que a venda do produto tem de ser séria, honesta e valorizada por aquilo que é o valor do futebol. Estou há dois anos fora, e continua-se com o mesmo discurso com o pensar que se ganha fora do campo e esse pensamento vai ter que acabar." 

Futuro em aberto: "Estou aberto profissionalmente a um regresso a Portugal. Quando saí, pensava que iria regressar mais rápido. Hoje direi que vou regressar, não sei quando, mas está mais difícil regressar a Portugal. Disso não tenho dúvidas nenhumas."

[Notícia atualizada às 18h05]

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