Houve muitas coisas boas a aconteceram neste ano de 2018, mas normalmente são as polémicas que nos ficam na cabeça. O Desporto ao Minuto recorda-lhe alguns dos temas que mais tinta fizeram correr durante este ano.

Agressões mancharam final da Taça Libertadores

Tinha tudo para ser memorável. Acabou por ser, mas pelas piores razões. O superclássico argentino terminou com o River Plate como vencedor e não se livrou da (muita) polémica. Principalmente na 2.ª mão da final. O jogo no Estádio Monumental estava agendado para dia 24 de novembro, mas tudo descambou quando os adeptos do River decidiram manchar uma final que ficará para sempre na história. Vários objetos e pedras foram lançados para os jogadores do Boca Juniors, quando estes estavam a chegar ao recinto onde se disputaria a final.

Pablo Pérez foi atingido no olho após ataque ao autocarro do Boca© Juan MABROMATA / AFP

Os jogadores do Boca ficaram psicologicamente, e alguns até fisicamente, impedidos de jogar na final e a CONMEBOL acabou por adiar este jogo da 2.ª mão. No entanto, o terror vivido foi tanto que, para infortúnio do futebol, dos adeptos que gostam do futebol, e até dos próprios clubes, o jogo foi reagendado e disputado noutro país.

Não houve volta a dar, a segurança foi colocada em 1.º lugar. Portanto, foi no Santiago Bernabéu, em Madrid, que o River Plate venceu no prolongamento o Boca, por 3-1, e levou o tão desejado troféu para a Argentina. Local que deveria ter sido de festa, não de agressões e terror.

Belenenses SAD vs. Clube de Futebol Os Belenenses

Foi em finais de junho que o 'divórcio' aconteceu. Belenenses e Belenenses SAD passaram a ser duas entidades distintas. A SAD, detentora do controlo do futebol profissional, mudou-se para o Jamor e quebrou-se a última ligação que existia entre ambas as partes. Partes essas que já viviam um conflito de há muito tempo.

No entanto, para resumir episódios que duram anos, vamos ao último capítulo. O Belenenses SAD é propriedade da Codecity, uma empresa gerida por Rui Pedro Soares, que detém 51% das ações, desde 2012. Um número que impossibilitou o Clube de Futebol Os Belenenses de readquirir o controlo do futebol profissional.

A SAD diz que foi “despejada” do Restelo, enquanto o clube diz que ninguém da SAD quis negociar um protocolo para utilizar o estádio, depois de, em fevereiro deste ano, após decisão dos sócios em Assembleia Geral, o clube ter decidido denunciá-lo, com data de 30 de junho de 2018. O objetivo era negociar outras condições do mesmo, com a Codecity.

Resultado? O Belenenses SAD, presidido então por Rui Pedro Soares, continuou na I Liga e fez do Jamor a sua casa. Já o Clube de Futebol Os Belenenses, liderado por Patrick Morais de Carvalho, inscreveu-se nas distritais em julho, com o objetivo de voltar ao topo. Mas se pensa que os conflitos ficaram por aqui, desengane-se.

A SAD foi proibida pelo Tribunal de Propriedade Intelectual, em finais de outubro, de utilizar o nome e símbolo do clube, mas recorreu dessa decisão. 2019 trará, com certeza, mais capítulos a uma polémica que parece não ter fim á vista.

Adeptos do Rayo Vallecano deixaram dura mensagem no Jamor© Global Imagens

Fenati perde a cabeça e coloca vida em risco

A 9 de setembro deste ano, Romano Fenati, adversário de Miguel Oliveira no Moto 2, cometeu uma das ações mais graves vistas em 2018. A uma velocidade incrível, o piloto italiano colocou a mão no travão de Stefano Manzi, colocando a vida do rival em risco.

As imagens correram mundo e Fenati viu a sua vida dar uma volta de 180 graus. O piloto levou uma dura sanção por parte da Federação Italiana de Motociclismo, foi despedido pela sua equipa, a Marinelli Snipers, e viu o acordo que tinha para ingressar no MotoGP esvanecer.

Acabou por se retirar do ativo aos 22 anos, dizendo que “era melhor dizer adeus para sempre”. Contudo, mais recentemente, não colocou completamente de lado um possível regresso às pistas. Teremos novidades em 2019?

Agressões em Alcochete e saída de Bruno de Carvalho

Por fim, talvez o caso mais mediático e grave. O Sporting sofreu, em 2018, um dos anos mais complicados da sua história. Para ser mais percetível, apresentamos uma cronologia.

Abril: O Sporting perde por 0-2 frente ao Atlético de Madrid e Bruno de Carvalho escreve uma publicação que coloca o plantel contra si. Os jogadores emitiram um comunicado para se defenderem e o presidente do Sporting decidiu responder com processos disciplinares, que entretanto foram retirados.

Maio: Arrisquemos dizer que este foi um dos meses mais negros da história do clube de Alvalade. No dia 15 de maio, depois de alguns resultados menos positivos da equipa profissional, cerca de 40 adeptos encapuzados entraram na Academia de Alcochete e espalharam o pânico. Além do medo, chegaram mesmo a haver agressões. 

Bas Dost foi um dos atacados em Alcochete© Reprodução Twitter

A GNR deteve 23 suspeitos e alguns dos jogadores mais emblemáticos do Sporting avançaram com um pedido de rescisão com justa causa: Rui Patrício, William Carvalho, Daniel Podence, Bas Dost, Rafael Leão, Bruno Fernandes, Gelson Martins, Rúben Ribeiro e Rodrigo Battaglia. A crise estendeu-se aos órgãos sociais que se demitiram em bloco e marcaram uma AG-destitutiva, que acabou por levar à saída de Bruno de Carvalho.

Junho: A destituição foi aprovada no dia 23 em Assembleia Geral extraordinária por 71,36% dos votos, numa das mais concorridas reuniões magnas do clube, em que estiveram presentes 14.735 sócios. Após a saída de Bruno de Carvalho foram preparadas eleições aos órgãos sociais do Sporting, onde concorreram seis candidatos.

Setembro: Os sócios do Sporting elegeram com 42,32% dos votos Frederico Varandas como o 43.º presidente da história do clube.