Aos 38 anos, Cicinho optou por colocar ponto final numa extensa e recheada carreira, onde se destacam passagens por Real Madrid, AS Roma e São Paulo, sem esquecer, claro está, a seleção brasileira.
No entanto, nem tudo foi um mar de rosas na vida do ex-lateral-direito. Em entrevista concedida ao portal brasileiro UOL Esporte, o agora retirado jogador abriu o livro quanto aos seus problemas com a bebida, que, revela, começaram desde bem cedo, quando ainda alinhava pelo Botafogo.
“Na casa dos pais, tens horário para comer, vestir, ir para a escola. Em Ribeirão, eu só tinha horário para treinar. Fui conhecendo umas pessoas, comecei a beber, a gostar, e acarretou esse problema”, lamentou o jogador, que não esconde o arrependimento pela vida que, depois, levou para a Europa.
Foi então que, já em Itália, Cicinho ‘bateu no fundo’, ao ponto de ter feito um seguro de vida que, em caso de desgraça, reverteria a favor dos sobrinhos: “Todos esperavam que eu entrasse em coma alcoólico a qualquer momento. Eu poderia morrer porque não queria fazer o tratamento”.
“Vi-me no fundo do poço quando cheguei totalmente embriagado de um jantar com o meu amigo Railson, que morava comigo em Roma. Ele caiu a sair do carro, bateu com a cara no chão e eu achei que ele tinha morrido. Foi um barulho oco, desesperador. Mas eu não o conseguia levantar”, recordou.
“O motorista pegou nele, levou-o para o quarto e ele só gritava o meu nome. Ali atingiu-me um remorso. Eu estava a levar o meu amigo para o caminho errado, forçava-o a viver aquele tipo de vida. Acendeu a luz, que já era para ter acendido tempos atrás, quando eu tomei o primeiro copo. Mas antes tarde do que nunca. Hoje, tanto ele como eu viajamos o Brasil a dar testemunhos do que Jesus fez nas nossas vidas”, relatou.