Meteorologia

  • 07 MAIO 2024
Tempo
18º
MIN 12º MÁX 26º

The New York Times elogia concerto luminoso de Gisela João em Nova Iorque

O jornal The New York Times considera, numa crítica publicada hoje, que a cantora portuguesa Gisela João convocou "todo o espectro de paixões tempestuosas do fado", no concerto de sábado passado, em Manhattan, que classificou de "luminoso".

The New York Times elogia concerto luminoso de Gisela João em Nova Iorque
Notícias ao Minuto

14:36 - 27/02/17 por Lusa

Cultura Estados Unidos

"Desde a sua primeira canção, 'Madrugada sem Sono', [Gisela] João convocou todo o espectro de paixões tempestuosas do fado, de melancolia silenciosa a eruptivos, ásperos e emocionantes picos, e a dolorosa resignação. Cada uma das suas baladas era o seu próprio drama, uma excitante e assustadora viagem através de emoções sísmicas", escreveu o crítico Jon Pareles.

O crítico lembrou uma frase de Gisela João - "Muitas pessoas pensam que o fado é triste. O fado não é triste. É intenso. É como a vida" - e disse que "o luminoso concerto", que aconteceu no Schimmel Center, em Manhattan, no âmbito do primeiro festival de fado da cidade, "abrangeu desde angustia desesperada até leves caprichos."

O especialista descreveu Gisela João como uma "tradicionalista", mas diz que "dificilmente é como a austera e de luto cantora de fado de outras eras."

"A sua cadeira e microfone estavam enfeitados com flores garridas, e ela usava um vestido branco, curto e brilhante, com a sua própria textura de folhas. Bebericava vinho branco e fazia risonhos comentários em inglês. Depois de algumas canções, tirou os saltos altos e de forma animada admitiu: 'sou baixa'", descreve o crítico do New York Times.

O artigo destaca canções bem-humoradas, como "O Senhor Extraterrestre", o facto de Gisela João dançar ao som das sua canções e de cantar música de outros países, como acontece com uma do brasileira Cartola e a canção tradicional Mexicana "La Llorona", ambas "impregnadas com a introspeção do fado e uma feroz atenção à 'nuance' poética."

O crítico defende que a portuguesa "trata a herança do fado com profundo respeito e perspetiva moderna" e diz que cantou "O Meu Amigo Está Longe", do repertório de Amália Rodrigues, como um "derramar de solidão agravado por um amor sem fim", mas que misturou o tema com acordes de "Dream On", dos Aerosmith.

"Um bocadinho de revisionismo para ajudar uma tradição intensa a permanecer", defendeu Jon Pareles.

Os músicos que acompanham a fadista (Ricardo Parreira, Nelson Aleixo e Francisco Gaspar) abriram o concerto com uma mostra de fado instrumental que, segundo o jornal americano, "apontava para o parentesco do fado com a música à volta do Mediterrâneo."

Gisela João foi a cabeça de cartaz do primeiro festival de fado de Nova Iorque, que aconteceu no passado fim de semana, e incluiu uma atuação do duo Beatbombers, a exibição de um filme, uma palestra e uma exposição.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório