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'Marquesas e Duquesas de Portugal': Mulheres decisivas

A historiadora Joana Troni afirmou que “houve mulheres que tiveram um papel decisivo na sociedade do seu tempo”, algumas delas referenciadas no livro ‘Duquesas e Marquesas de Portugal’ de que é autora com Ana Cristina Pereira.

'Marquesas e Duquesas de Portugal': Mulheres decisivas
Notícias ao Minuto

10:36 - 02/05/13 por Lusa

Cultura Historiadora

Do século XV com Beatriz de Meneses, condessa de Vila Real, ao século XIX, com Maria Luísa de Sousa Holstein, duquesa de Palmela, a obra das duas historiadoras referencia 12 aristocratas que “marcaram pela diferença”.

“Às mulheres era-lhes vinculado o universo doméstico e a tarefa essencial, nomeadamente para as respectivas casas nobiliárquicas, de ter filhos, dar continuidade à linhagem, estas mulheres marcaram pela diferença intervindo de uma ou de outra forma na sociedade do seu tempo”, disse Joana Troni.

“É a procriação que torna as mulheres conceituadas na vida familiar, o que as faz entrar de facto na vida adulta e, sobretudo na vida social”, escrevem as autoras na introdução da obra que é apresentada na próxima terça-feira às 18h30 na FNAC do Chiado, em Lisboa, pela deputada Teresa Caeiro.

Luísa de Bragança, bastarda do Rei D. Pedro II, duquesa de Cadaval, que viveu entre 1679 e 1732, por exemplo, “faltou-lhe a descendência, os filhos que lhe garantiriam um maior destaque na vida política de então”.

“Os filhos eram também garantia de uma viuvez segura e tranquila”, acrescentou a historiadora.

As aristocratas escolhidas “merecem ser conhecidas porque marcaram o nosso destino comum, pelas circunstâncias, pela protecção das suas linhagens ou pela força de carácter”.

No tocante á "força de carácter" a historiadora referiu a condessa de Rio Maior, Isabel Maria José de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos que viveu entre 1812 e 1890, que "apesar dos limites impostos pelo marido, dedicou-se à educação dos filhos, dando-lhes os princípios que o pai não tinha e a certa altura até parece que ironiza com o próprio marido e dá aos filhos uma óptima educação, tendo tido um deles, uma carreira política importante”, referiu Troni.

Beatriz de Meneses, que viveu entre 1400 e 1460, “escalou até alcançar o poder, tendo tido um enorme estatuto social, desde logo partilhando com o marido a gestão da capitania mor de Ceuta”, território desde 1415 sob domínio da Coroa portuguesa.

Para que o marido, D. Fernando Noronha, membro da Família Real, conseguisse a capitania-mor de Ceuta, Beatriz utilizou “as inúmeras armas das teias femininas”.

“Em todas as suas batalhas saiu vitoriosa e deixou os descendentes a carga simbólica e patrimonial da Casa de Vila Real”, disse Joana Troni.

Maria Luísa de Sousa Holstein, 3.ª duquesa de Palmela, que viveu entre 1841 e 1909, fundou as Cozinhas Económicas, “trabalhou quando necessário ao lado das outras descascando batatas e migando cebolas”. Esteve também ligada à Assistência Nacional aos Tuberculosos, ao Instituto de Socorros a Náufragos, à Liga Protectora dos Animais, entre outras instituições.

Paralelamente, a duquesa foi “uma escultora de enorme talento, tendo obtido uma menção honrosa no salão de Paris, em 1884, além de ter recebido vários convites para expor, nomeadamente na capital francesa e no Rio de Janeiro”, referiu.

As historiadoras citam a escritora Maria Amália Vaz de Carvalho que sobre a duquesa afirmou que era “uma mulher de grande caridade, com instinto do coração, impulso espontâneo e pensamento de justiça social”.

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