"Embora os conteúdos já existentes fossem valiosos, o museu encontrava-se obsoleto na forma como se apresentava ao público, com limitações nos aspetos expositivos e interpretativos, mas também naquilo que eram as limitações físicas em termos de acessibilidades", justificou a câmara municipal à agência Lusa.
O município do distrito de Leiria investiu, por isso, cerca de 2,5 ME na modernização do museu municipal.
O Palácio Gorjão, onde o museu está instalado, teve obras de requalificação, um investimento de dois milhões de euros financiados através do anterior quadro comunitário.
Foram ainda investidos mais meio milhão de euros em mobiliário, acessibilidades para todos com elevador e rampas, conteúdos museográficos, comunicação museológica mais interativa e inclusiva, apresentando conteúdos traduzidos em várias línguas e em 'braille', e restauro de peças da coleção.
A autarquia espera vir a obter 85% do investimento nos conteúdos através de fundos comunitários do Portugal 2030, financiamento destinado à consolidação e requalificação das estruturas museológicas ao qual concorreu.
"A estrutura temática do museu, aliada à inovação nos suportes expositivos, permite valorizar o património local de forma apelativa e educativa, reforçando o papel do museu como espaço vivo de identidade, memória e criação", sublinhou a câmara municipal.
Para a sua reinvenção, foram estabelecidas parcerias, como por exemplo com o Museu do Neorrealismo ou Palácio da Ajuda, e foi criada uma comissão científica composta por especialistas como Dóris Santos e Luís Raposo.
Entre as novidades do acervo exposto, destacam-se o Retábulo de São Brás atribuído ao pintor Baltazar Gomes Figueira, assim como as obras de arte neorrealista e contemporânea.
O novo museu está organizado em várias salas temáticas, que oferecem aos visitantes "uma experiência imersiva e acessível".
Na Sala Origens, exibe peças arqueológicas, documentando a presença humana no território ao longo dos séculos.
A Sala do Sagrado é dedicada à valorização do património religioso e da arte sacra.
A Sala Formas reúne obras de artistas de relevo como Maria Barreira, Vasco Pereira da Conceição, Jorge de Almeida Monteiro e Júlio Pomar, sublinhando a ligação do Bombarral às artes plásticas e ao panorama artístico nacional.
A Sala das Palavras valoriza o legado literário de figuras como Júlio César Machado e Anrique da Mota, através de uma apresentação envolvente e sensorial.
A inauguração do novo Museu Municipal do Bombarral insere-se nas comemorações dos 111 anos do concelho.
O Palácio Gorjão é um edifício que data do século XVII e está classificado como imóvel de interesse público desde 1996, de acordo com o 'site' da Direção-Geral do Património Cultural.
Pertencia a privados até ser adquirido pela Câmara Municipal do Bombarral, que aí instalou o Museu Municipal, o Posto de Turismo, a Biblioteca, um auditório e um anfiteatro ao ar livre.
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