Meteorologia

  • 19 MARçO 2024
Tempo
13º
MIN 12º MÁX 21º

Diretor do Museu Berardo defende regresso de aquisições para a coleção

O diretor artístico do Museu Coleção Berardo, Pedro Lapa, defendeu hoje o regresso das aquisições para a coleção conjunta que foi criada com fundos do Estado e de José Berardo, interrompidas após 2008.

Diretor do Museu Berardo defende regresso de aquisições para a coleção
Notícias ao Minuto

13:44 - 25/10/16 por Lusa

Cultura Pedro Lapa

"A realidade de uma coleção é a sua construção contínua para ser apresentada ao público", sustentou o diretor artístico do museu, em Lisboa, durante uma visita guiada para jornalistas sobre duas novas exposições que inauguram na quarta-feira.

Para Pedro Lapa, o Museu Berardo "é, em Lisboa, o principal museu de arte moderna e contemporânea que articula a arte nacional e internacional, e deveria apresentar uma visão desse panorama até à atualidade".

No acordo estabelecido há dez anos entre o Governo e o colecionador para a criação do museu com 862 obras cedidas da sua coleção pessoal, determinava-se ainda a aquisição anual de novas obras com um milhão de euros investido por ambas as partes.

O acordo foi assinado em 2006 e o museu abriu em junho de 2007, tendo as aquisições sido feitas nesse ano e no seguinte, surgindo a Coleção Estado/Berardo, com um total de 214 peças de artistas portugueses e estrangeiros, que "atualmente está parada".

"O Estado, por restrições financeiras, deixou de pagar aquele montante, e o colecionador também deixou de o fazer", lamentou o diretor do museu, cujo destino está atualmente a ser negociado entre o Ministério da Cultura e José Berardo.

O acordo de empréstimo das obras da coleção de arte do empresário para a criação do Museu Berardo, em Belém, termina a 31 de dezembro deste ano.

"A situação já deveria estar resolvida há muito tempo", comentou Pedro Lapa, sobre o facto de faltarem apenas cerca de dois meses e meio para o fim temporal do acordo.

Quanto às aquisições para a coleção conjunta entre o Estado e o empresário madeirense, o diretor do museu espera que "a situação possa ser repensada, e que se encontrem soluções".

"É uma decisão que cabe ao Governo e ao colecionador", salientou, indicando que não foi chamado para participar nas negociações porque se trata de uma questão de política cultural, e Pedro Lapa assume-se como um "técnico" na área da arte moderna e contemporânea.

No âmbito do acordo, o Museu Berardo também apresenta obras da coleção privada do empresário, sendo palco ainda da apresentação de exposições temporárias de obras cedidas por outros museus.

Sobre o destino da coleção conjunta, Pedro Lapa indicou que o próprio acordo previa que no final dos dez anos, ambas as partes deveriam decidir quem as comprava, ou se seria continuada: "É mais uma das questões que deve estar em negociação", disse.

Na última semana, contactado pela agência Lusa sobre as negociações, José Berardo disse que "por enquanto, estão a correr bem".

Em julho, no parlamento, o ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, anunciou que a opção tinha sido renegociar o acordo porque o Governo e Berardo estavam interessados em manter a coleção em Portugal.

O Museu Berardo abriu com um acervo inicial de 862 obras da coleção de arte do empresário, cedidas ao Estado, e avaliadas nessa altura em 316 milhões de euros pela leiloeira internacional Christie's.

Instalado no CCB, celebrou nove anos em junho passado, com mais de seis milhões de visitantes das exposições permanentes e temporárias, segundo dados do museu.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório