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Nobel da Literatura poderá participar no Festival Literário da Madeira

O diretor-geral da editora Nova Delphi, Francesco Valentini, disse hoje no Funchal que existe um pré-acordo com a escritora bielorrussa Svetlana Aleksievich, Nobel da Literatura em 2015, para participar na próxima edição do Festival Literário da Madeira.

Nobel da Literatura poderá participar no Festival Literário da Madeira
Notícias ao Minuto

20:40 - 16/04/16 por Lusa

Cultura Direção

"O próximo festival terá como tema 'A Literatura e a Web - Entre Medo e Liberdade', anunciou o responsável pela organização do certame, sublinhando que já foi estabelecido um pré-acordo com Svetlana Aleksievich, pelo que a sua presença na região autónoma em 2017 é "uma grande possibilidade".

Francesco Valentini falava à margem da sessão de encerramento da 6.ª edição do Festival Literário da Madeira, que decorreu nos últimos quatro dias no Teatro Municipal Baltazar Dias, na capital madeirense, e contou com a participação de mais de quarenta escritores, jornalistas, atores e realizadores, que debateram o tema falsidade e a verdade na ficção literária.

Mais de 4.000 pessoas assistiram às 15 conferências, por onde passaram autores como Mia Couto, Ondjaki, Afonso Cruz e Lídia Jorge, a quem coube a sessão de encerramento.

"O balanço é verdadeiramente extraordinário", declarou Francesco Valentini, realçando que este último dia foi dedicado às questões dos direitos humanos, mostrando que "a palavra pode ajudar em situações de dificuldade coletiva das pessoas".

Os nomes em destaque foram Rafael Marques, jornalista e ativista angolano, e Samar Yazek, escritora e ativista síria.

"O Festival Literário tornou-se, assim, também um festival militante, tal como a palavra deve ser: militante", afirmou o diretor da Nova Delphi, vincando que "devemos ter a responsabilidade de assumir que as palavras têm significado e peso", embora reconheça que também é importante não incutir nas pessoas apenas o sentimento do medo e da tragédia.

A escritora portuguesa Lídia Jorge conduziu a conversa final do Festival Literário da Madeira, que andou à volta da escrita e da ética da escrita, sob o tema "Um grande livro nem sempre tem atrás de si as mãos de um grande homem".

Lídia Jorge quis, no entanto, salientar a segunda parte desta frase, que é da sua autoria, também diz que quando as duas coisas coincidem, sentimo-nos menos sós neste mundo.

"Esta segunda parte é, sobretudo, a que me interessa, que é falar de como a literatura nos tira da solidão, que sentido a literatura dá e como é que ela nos pode preencher em tempos de confusão, de perturbação, em que a História está a fazer um cotovelo diante de nós", disse aos jornalistas, pouco antes do início da conferência.

A escritora sublinhou que o papel da arte e da literatura é o de "permitir uma nesga de sonho e de esperança", realçando que a arte, mesmo quando fala do horror, projeta um desejo de sobrevivência.

"A arte está sempre a prometer uma esperança, está sempre a dizer que o mundo renasce", salientou, vincando que a literatura "reinaugura permanentemente a infância e a juventude do mundo".

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