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Ministra francesa sublinha "criador com energia fascinante"

A ministra da Cultura francesa prestou na quinta-feira homenagem ao cineasta português Manoel de Oliveira, que morreu, no Porto, aos 106 anos, considerando-o "um criador com uma energia fascinante".

Ministra francesa sublinha "criador com energia fascinante"
Notícias ao Minuto

06:41 - 03/04/15 por Lusa

Cultura Manoel de Oliveira

"A velhice foi para ele a época da colheita, na qual continuou a receber os frutos de toda uma vida de meditação e contemplação, uma vida de poeta", sublinhou Fleur Pellerin, num comunicado de condolências, em que manifesta também o seu pesar à família e amigos do realizador falecido na quinta-feira, poucos meses depois de ter completado 106 anos e que recentemente terminou mais um filme.

A ministra francesa recorda que Manoel de Oliveira era o decano dos cineastas em atividade e "um criador de uma energia fascinante", que atuou na ‘Canção de Lisboa’, primeiro filme falado que foi rodado em Portugal, e que se "deu a conhecer ao mundo como um dos maiores nomes da sétima arte".

"A sua obra está profundamente marcada pela literatura e pelo teatro do seu país", ainda que tenha sido uma adaptação de 'Madame Bovary', de Gustave Flaubert, que impôs o seu nome fora de Portugal", referiu a governante, acrescentando que Manoel de Oliveira "ofereceu também uma magnífica adaptação de outro grande texto francês - 'Le soulier de santin' [O sapato de cetim] - obra-prima de Paul Claudel".

Além disso, ‘La Lettre’ (A carta), película inspirada em ‘La princess de Cléves’ (novela do século XVII de Marie-Madeleine Pioche de La Vergtne, mais conhecida como 'Madame Lafayette') deu-lhe o prémio do júri do Festival de Cannes em 1999, sublinhou a ministra francesa.

Em 2014, Manoel de Oliveira foi condecorado pelo Presidente da República francês, François Hollande, com as insígnias de Grande Oficial da Legião de Honra.

Manoel de Oliveira, o realizador de ‘Aniki-Bobó’, era o cineasta português mais premiado de sempre, tendo visto muitos dos seus filmes receberem distinções de festivais internacionais, de Tóquio a Munique, passando por Lucarno e Berlim.

Também foi premiado com dois Leões de Ouro de Veneza, entre mais de cem prémios recebidos em todo o mundo.

Com um currículo de 47 filmes em 90 anos de carreira, Manoel de Oliveira era o único dos realizadores no ativo cuja carreira começou ainda no cinema mudo, com ‘Douro, Faina Fluvial’ (1931), e chegou à atualidade com ‘O velho do Restelo’, "uma reflexão sobre a Humanidade", estreada em dezembro passado, por ocasião do 106.º aniversário.

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