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Amigos do Fado festejam 20 anos sob o lema "pioneirismo"

A Associação Portuguesa dos Amigos do Fado (APAF) evoca, sob o lema "pioneirismo e inovação", o seu 20.º aniversário, com uma sessão, no domingo, no Museu do Fado, em Lisboa, na qual participa o fadista António Rocha.

Amigos do Fado festejam 20 anos sob o lema "pioneirismo"
Notícias ao Minuto

12:39 - 30/11/14 por Lusa

Cultura Sessão

A APAF "esteve à frente do seu tempo e antecipou muitas das atividades sobre o género musical que hoje são correntes", salientou à Lusa a presidente da associação, Julieta Estrela de Castro, que, no domingo, evocará "as cerca de 500 atividades" registadas ao longo destas duas décadas e que contaram com "a participação de mais de um milhar de personalidades, de fadistas e guitarristas a antropólogos, jornalistas, estudiosos, artistas plásticos e atores, entre outros".

"Ao longo destes 20 anos, a associação colocou o fado no roteiro cultural da cidade de Lisboa, quando ninguém falava do fado nos seus aspetos históricos, culturais, literários e melódicos, e era marginalizado".

"Fomos vanguardistas na forma como apresentámos muitas das atividades, e pelos conteúdos divulgados", realçou.

Entre as várias atividades, a responsável salientou as iniciativas, realizadas entre 1996 e 1997, que assinalaram os 150 anos da morte de Maria Severa, a celebração dos 200 anos do primeiro método para guitarra portuguesa, e as Jornadas de Fado, que se realizaram de 1997 a 2011, na extinta Fonoteca Municipal.

"Fomos os primeiros a chamar a atenção para a efeméride [150 anos da morte de Maria Severa] sobre a qual desenvolvemos um projeto que incluiu debates, uma retrospetiva cinematográfica, dois espetáculos de fado, duas exposições ícono-bibliográficas, e ainda a apresentação de uma biografia da fadista, em forma de diálogo com fados", recordou.

Nestas iniciativas participaram, entre outros, o escultor Martins Correia, o divulgador musical Ruben de Carvalho, os olissipógrafos Appio de Sottomayor e Eduardo Sucena, a atriz Alina Vaz, o estudioso Luís de Castro, o jornalista Pereira Alves e os fadistas Lenita Gentil, Argentina Santos, Vasco Rafael, Luís Almada, Camané e Fernando Maurício.

Pelas Jornadas de Fado que foram, "de forma regular e sistemática, um espaço de debate, passaram, entre outros, Gabriela Canavilhas, Mariza, Carlos do Carmo, Joaquim Pais de Brito, Paulo Valentim, José Manuel Osório, Maria de Lourdes Carvalho, Hugo Ribeira, David Ferreira, entre outros".

A celebração da guitarra portuguesa "divulgou o trabalho de grande valia e sistematização do estudioso e músico José Lúcio Ribeiro de Almeida, e trouxe a Lisboa instrumentistas japoneses, entre eles Takashi Yuasa, que se dedica a este instrumento como profissional".

"Ao fim de 20 anos, há de facto um trabalho que é de celebrar, tanto mais que nunca obtivemos quaisquer subsídios, nem de governo nem de nenhuma autarquia. Trabalhámos por nós, com os nossos recursos, e de uma forma determinada", sentenciou.

Esta é uma das etapas do programa celebrativo dos 20 anos e, quanto ao futuro da associação, Julieta Estrela de Castro afirmou: "Seguramente deixamos um legado motivador que será revisitado por quem se interessar por estas temáticas", mas também "há um desgaste de tantos anos a lutar contra ventos e marés".

A sessão comemorativa realiza-se no domingo, às 17:00, no Museu do Fado, e conta com a participação de, entre outros, António Rocha, Bruno Igrejas e Jorge Morgado.

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