'Os Putos do PREC'. "As escolas da época eram barris de pólvora"

Pedro Prostes da Fonseca acaba de lançar mais um livro. Desta vez sobre os estudantes do "verão quente de 1975".

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© Facebook / Pedro Prostes da Fonseca

Natacha Nunes Costa
02/05/2025 17:05 ‧ há 11 horas por Natacha Nunes Costa

Cultura

Pedro Prostes da Fonseca

O escritor Pedro Prostes da Fonseca acaba de lançar 'Os Putos do PREC', um retrato de como, em 1975, eram as vidas nas escolas secundárias portuguesas, numa altura em que o Processo Revolucionário em Curso (PREC) inflamava o país.

 

O livro é baseado nas suas experiências pessoais e nas entrevistas que fez ao longo da sua carreira jornalística, em diferentes meios de comunicação social, como o Expresso e a Sábado, e procura mostrar como os jovens estudantes se insurgiram durante este período histórico.

Em entrevista ao Notícias ao Minuto, Prostes da Fonseca revelou que, apesar de já ter deixado a profissão de jornalista, todos os seus livros "têm esse registo".

"Escrevo jornalismo em livro. Tento não ser influenciado quando arranco para mais um livro; apenas me preocupa acrescentar histórias à História. E estas estavam por contar", realçou.

Entre os "putos" do PREC, cujos relatos constam no livro, estão Luís Represas, João César das Neves e Ana Paiva, personalidades bem conhecidas dos portugueses.

"Gosto do ano de 1975. Como teria gostado de viver os anos 60… fora de Portugal, obviamente. Tem tudo que ver com a utopia. Algo que não sinto nos jovens de hoje", atirou.

Portugal era um "país de fortes contrastes"

Notícias ao Minuto''Os Putos do PREC'© Guerra & Paz  

Sobre o país que se vivia à época, Prostes da Fonseca salientou que "é impossível deixar uma apreciação global", uma vez que se "vivia num país de fortes contrastes".

"Os episódios que surgem no livro passaram-se fundamentalmente em Lisboa e Porto. E mesmo nestas cidades, em alguns liceus. De notar que Portugal era de tal modo atrasado que a existência de liceus era um luxo de quem vivia nas grandes cidades", lembrou.

No liceu que frequentava, o D. Dinis, em Chelas, "tudo era política", era "bombástico". "Aderi à juventude de um partido e vivi intensamente essa realidade com apenas 12 anos", confessou, acrescentando que "é um mito" que a Revolução dos Cravos tenha sido pacífica.

"As escolas eram barris de pólvora, davam capas de jornais e debates na Assembleia da República. Houve feridos e mortos", garantiu.

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