A ministra da Cultura, Juventude e Desporto, Margarida Balseiro Lopes, lamentou esta quinta-feira a morte do produtor discográfico Mário Martins, que "grande sensibilidade, lançou vários nomes grandes da música portuguesa", e endereçou as suas "condolências à família e amigos".
"Morreu Mário Martins, o produtor discográfico que, com grande sensibilidade, lançou vários nomes grandes da música portuguesa", escreveu a ministra na rede social X.
"As minhas condolências à família, amigos e todos os artistas que com ele trabalharam nas últimas décadas", acrescentou.
Mário Martins, sublinhe-se, morreu hoje, aos 90 anos, numa unidade hospitalar em Lisboa, segundo revelou fonte da Casa do Artista, onde residia, à agência Lusa.
Morreu Mário Martins, o produtor discográfico que, com grande sensibilidade, lançou vários nomes grandes da música portuguesa. As minhas condolências à família, amigos e todos os artistas que com ele trabalharam nas últimas décadas.
— Margarida B Lopes (@margaridalopes) August 14, 2025
Mário Martins foi responsável por dar a conhecer ao público nomes como Carlos Paião (1945-1988), José Cid, Marco Paulo (1945-2024) e Rui Veloso.
Nos finais da década de 1970, Mário Martins foi ainda o responsável pela assinatura do contrato de António Variações (1944-1984) com a discográfica Valentim de Carvalho, tendo o seu nome estado ligado às carreiras de muitos outros artistas portugueses, de Amália Rodrigues (1920-1999) a Simone de Oliveira e Frei Hermano da Câmara.
O produtor discográfico privilegiou sempre "o lado profissional, mas houve casos em que se construiu uma amizade", como disse numa entrevista à agência Lusa na década passada, dando como exemplo a declamadora Maria Germana Tânger, o músico José Cid, que sempre o convidava para assistir aos seus espetáculos, e o cantor José Alberto Reis.
José Cid recordou Mário Martins como uma figura "fulcral" na música portuguesa, pelo apoio que deu a muitos artistas.
"Ele é fulcral na música portuguesa, deu muitos apoios a muitos colegas e à minha pessoa, então, foi incondicional", afirmou José Cid, em declarações à Lusa.
A voz de temas como 'Cai Neve em Nova Iorque', 'A Minha Música' e 'Ontem, Hoje e Amanhã', lembrou que Mário Martins "produziu muitos, muitos, muitos artistas, que ajudou".
"Nos anos 1960 eu tinha a maior das dificuldades em entrar em qualquer editora portuguesa. É o Mário Martins que me abre os braços e me coloca, num lugar prioritário até, na Valentim de Carvalho, onde era diretor artístico", recordou José Cid.
O produtor foi "defensor acérrimo" da criatividade do músico, tendo mesmo "lutado muitas vezes, até na própria editora, contra algumas opiniões contrárias".
"Foi uma pessoa que esteve ao meu lado incondicionalmente. Depois, o nosso relacionamento foi sempre de grande amizade. O Mário Martins era um homem muito inteligente, muito culto. Um bocadinho, às vezes, divertidamente sarcástico", partilhou.
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