A obra de Siza Vieira "é um tesouro vivo do Portugal contemporâneo que merece todo o respeito, reconhecimento e atenção no que deverá ser a preservação do seu trabalho", disse à Lusa Jorge Barreto Xavier.
Segundo o governante, "há meses que o Governo acompanha com atenção as questões relativas ao património que representa a obra do arquiteto", que esta semana confirmou a alguns órgãos de comunicação estar em conversações com instituições de diversos países sobre "o futuro a dar" ao seu arquivo.
Jorge Barreto Xavier admitiu a "preocupação" do Governo, em termos gerais, sobre o espólio documental, mas adiantou que "ainda não se chegou a uma conclusão" e que a obra de Álvaro Siza Vieira deve estar "acima de qualquer querela", tanto mais que "há consenso sobre a sua importância".
Jorge Barreto Xavier reagia assim a uma informação avançada na quinta-feira pela revista Visão e pelo jornal Público, que noticiaram que o arquivo de Siza Vieira poderá ir para o Centro Canadiano de Arquitetura, em Montreal.
O Público referia que "à decisão de Álvaro Siza de partir para este processo não terá sido estranho o mal-estar que o arquiteto manifestou, já por diversas vezes, relativamente à falta de atenção que sente no seu país relativamente ao estado de alguns dos edifícios que projetou em solo nacional" e que um dos seus projetos que ficou pelo caminho foi o da Casa da Arquitetura, em Matosinhos, que deveria acolher espólio de arquitetos nacionais do Norte.
O secretário de Estado não quis comentar as críticas em torno desta decisão.