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Cão Solteiro e Vasco Araújo pensam as artes em 'Doismilevinteedois'

Repensar as vanguardas do início do século XX e os movimentos que originaram, na arte, na 'antiarte', no teatro e no antiteatro, são reflexões da peça "Doismilevinteedois", a estrear-se ne terça-feira no Teatro S. Luiz, em Lisboa.

Cão Solteiro e Vasco Araújo pensam as artes em 'Doismilevinteedois'
Notícias ao Minuto

20:54 - 14/02/22 por Lusa

Cultura Teatro S. Luiz

Recusando a lógica passada e projetando o futuro no caos, na medida em que se deve esperar que ocorram grandes transformações nas técnicas artísticas, afetando a própria criação e talvez mesmo transformando a noção de arte, é outra das equações da nova criação conjunta da Cão Solteiro e do artista plástico Vasco Araújo, disse à agência Lusa Paula Sá Nogueira, da companhia de teatro.

O espetáculo "foi feito especialmente para agora", e "embora não tenha nada a ver com a pandemia", esta acaba por também estar lá. "Como é evidente, se estamos vivos neste momento, essa situação é incontornável", acrescentou Paula Sá Nogueira.

Na sexta criação com Vasco Araújo -- a primeira ocorreu em 2009 ("A Portugueza") -- "Doismilevinteedois" continua, à semelhança de anteriores trabalhos da Cão Solteiro, a pensar não apenas na produção do discurso que é organizado para o público, mas também em questões inerentes ao fazer e ao que implica fazer um espetáculo.

Daí que, nesta nova criação se equacione também o exercício das artes dentro do contexto português ou a relação dos artistas com os seus financiadores, acrescentou Paula Sá Nogueira, que é uma das três diretoras da companhia de teatro fundada em 1997.

Neste espetáculo, a criação optou por fazer uma construção "arquitetónica daquilo que é um teatro à italiana, e com todas as regras que isso implica, avançando num jogo entre as regras que é suposto ter dentro dessa arquitetura", acrescentou.

A interpretar "Doismilevinteedois", em cena na sala Luis Miguel Cintra, até sábado, com sessões às 20:00, estão Cláudia Jardim, Greg Wohead, Letícia da Costa Gonçalves, Miguel Frazão, Noëlle Georg, Nuno Nolasco, Patrícia da Silva, Paula Sá Nogueira, Vasco Araújo e Bernardo Rocha, Bruno Silva, Frederico Mendes, João Estevens, Mariana Sá Marques, Mariana Sá Nogueira, Raimundo Cosme, Rita Carolina Silva e Sara Vicente.

O texto é de Diogo Bento, a cenografia de Vasco Araújo, os figurinos de Mariana Sá Nogueira, o desenho de luz de Daniel Worm D'Assumpção, e o desenho de som, de Miguel Lucas Mendes.

"A última refeição", de António Cabrita, numa encenação de António Pires, é o outro espetáculo em cena no Teatro S. Luiz, até domingo.

Na sala Mário Viegas, Maria João Luís, que protagoniza Helena, dispõe vários ingredientes sobre a banca e dá início à preparação de uma última refeição para Bert.

Enquanto elabora o prato -- frango na púcara com temperos à Mãe Coragem, como é dito no início da peça -, Helena vai discorrendo sobre a sua vida com Bert.

Ora pensa as grandes alegrias por partilharem de um transcendente sonho teatral e por se confiarem incondicionalmente no palco, ora o sofrimento com as traições conjugais de que foi vítima; aborda igualmente o seu difícil regresso a Berlim e o papel de mãe para manter Bert no equilíbrio necessário às suas liberdades criativas.

Bert já está no caixão, mas Helena ficou de responder à morte na manhã seguinte, para o substituir ou não, enquanto nesse caso, a Morte o ressuscitaria. Em desespero, resolveu fazer o prato de que Bert mais gostava.

Com cenografia de José Manuel Castanheira, composição e direção musical de João Lucas e desenho de luz de Pedro Domingos, a peça fica em cena até domingo, com sessões de terça-feira a sábado, às 19:30, e, ao domingo, às 16:00.

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