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"Aniversário vem antes" do financiamento para novo filme

O cineasta Manoel de Oliveira afirmou esta quinta-feira que a vinda de financiamento para o seu novo filme seria "uma forma de comemorar o aniversário" que se aproxima, mas acredita que "o aniversário de certeza que ainda vem antes".

"Aniversário vem antes" do financiamento para novo filme
Notícias ao Minuto

23:31 - 07/11/13 por Lusa

Cultura Manoel de Oliveira

"Eu tenho a ilusão de que não falta dinheiro", afirmou ainda o realizador, que disse esperar que lhe seja dado financiamento "para este e para outros" filmes.

Manoel de Oliveira, que perfaz 105 anos no dia 11 de dezembro, falou no Porto, quando interrogado sobre as dificuldades de financiamento para o seu próximo filme, "O Velho do Restelo", patenteadas pelo cineasta numa entrevista à revista francesa Cahiers du Cinéma.

"Fazer este filme é como ganhar uma batalha: É difícil. A conjuntura económica trava e fragiliza a montagem financeira do filme", afirmou o realizador português è revista francesa.

Esta quinta-feira, ao fim da tarde, numa sessão integrada no ciclo fotográfico e de cinema documental Imagens do Real Imaginado, o mais velho realizador em atividade, pode testemunhar que, ao contrário do que afirmou aos Cahiers do Cinéma (onde dizia que em Portugal "há uma grande indiferença" pelo que já realizou e que "tanto faz" que o seu cinema exista ou não), há muita gente a quem o cinema de Oliveira tocou indelevelmente.

A sessão no auditório da biblioteca Almeida Garrett destinava-se ao lançamento de um livro, "Aniki-Bóbó: Enfants dans la ville", a uma conferência do escritor Mário Cláudio, subordinada ao tema "Manoel de Oliveira, um chão comum", e à exibição do filme realizado em 1942. Mas, como já vem sendo habitual, sempre que o realizador está presente, transformou-se numa manifestação de afetos pela figura do cineasta.

Assim foi com o novo presidente da Câmara, Rui Moreira, que afirmou que "os seus filmes e o que espelham a sua visão da vida e do país, marcam a história do cinema europeu e mundial", mas que ele gosta de olhar para cada um deles e em especial para o Aniki-Bóbó, como não sendo apenas de Manoel de Oliveira".

Para o autarca, Aniki-Bóbó "faz parte da história do Porto" e "uma cidade não pode fazer melhor homenagem a um autor do que se sentir na sua obra e se comover, mesmo passados 70 anos, com a sua reposição, uma e outra vez".

O embaixador de França em Portugal, Jean-François Blarel, também não foi parco em elogios: "A França ama-o e espera o seu próximo filme".

Uma nota de ternura viria ainda de Fernanda Matos, que encarnou a personagem de 'Teresinha', no filme sobre as crianças da Ribeira, que subiu ao palco para agradecer "a sorte, o privilégio de entrar no filme".

"Você deu-me a herança de ser a 'Teresinha' e eu fiquei a ser a 'Teresinha'. Na rua sou a 'Teresinha', em casa sou a 'Teresinha' e é um legado que chegou longe porque já chegou às bisnetas", afirmou Fernanda Matos, dirigindo-se ao realizador.

Manoel de Oliveira, que fez questão em pedir desculpas por ter chegado com um ligeiro atraso à sessão, ainda subiu ao palco onde deu os parabéns ao novo presidente da Câmara, pela "vitória inesperada".

O livro apresentado, da editora Chandeigne, inclui o conto de Rodrigues de Freitas, "Os meninos milionários", o argumento, fotografias da rodagem, as recordações de Manoel de Oliveira sobre a realização do filme e um DVD com a fita.

O Ciclo Imagens do Real Imaginário, que completa este ano a sua 10ª edição, com uma programação comissariada por Jorge Campos, estende-se até sábado e é organizado pela Escola Superior de Música, Artes e Espectáculo (ESMAE), parte do Instituto Politécnico do Porto.

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