Germano Almeida recebeu Prémio Camões "com muito agrado"
Escritor cabo-verdiano surpreendido com prémio “que muita gente merece”.
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Cultura Literatura
O escritor cabo-verdiano Germano Almeida que, esta segunda-feira, recebeu o Prémio Camões admite estar agradavelmente surpreso com a distinção.
Em declarações à RTP3, o autor disse mesmo, a partir da sua residência, na cidade cabo-verdiana do Mindelo, que o prémio poderia ter sido entregue “a tanta gente que também merece” que nunca pensou que seria ele a ganhar, mas confessa que “foi com muito agrado” que recebeu esta distinção.
Para o autor, que é o segundo cabo-verdiano a receber o galardão maior da Língua Portuguesa, depois do poeta Arménio Vieira, escrever em português é algo de que sente orgulho.
“A Língua Portuguesa é um instrumento importante para todo nós e, por essa razão, eu tinha de defender isso porque considero que língua é uma das maiores heranças que recebemos de Portugal. Além disso, temos de a cultivar porque é o nosso instrumento de contacto com o mundo”, assumiu Germano Almeida.
O escritor é conhecido por pincelar os seus livros com humor e sátira, uma característica que confessa ser "uma marca pessoal" que mostra aquilo que a maioria dos cabo-verdianos são.
"O homem cabo-verdiano é um homem extremamente bem humorado e nós devemos transmitir isso para os livros. Há muita tendência, em Cabo Verde, de fazer livros sérios, mas isso para mim é algo antigo", refere.
Já quanto à inspiração, Germano Almeida admite que só escreve quando tem algo em mente. "Eu só escrevo quando tenho uma história para contar. Há tantas coisas úteis que posso fazer na vida que não me sacrifico. Só escrevo quando tenho e quero contar alguma história".
Recorde-se que o autor de livros como 'Eva', 'O Testamento do Sr. Napomuceno da Silva Araújo' ou 'Do Monte Cara vê-se o Mundo', foi hoje anunciado como o vencedor do Prémio Camões 2018, após reunião do júri, no Hotel Tivoli, em Lisboa.
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