'O homem que matou D. Quixote' estreia-se hoje em Cannes
Depois de décadas de percalços, o filme 'O homem que matou D. Quixote', de Terry Gilliam, tem hoje a estreia mundial no encerramento do Festival de Cinema de Cannes, em França.
© Lusa
Cultura Filmes
Ainda com um processo judicial em curso, Terry Gilliam terá agora oportunidade de mostrar no grande ecrã um projeto que o acompanha há quase trinta anos, numa adaptação livre do romance 'D. Quixote de la Mancha', de Miguel Cervantes.
'O homem que matou Dom Quixote' é um projeto antigo de Terry Gilliam, que remonta a 1989 e cuja produção sofreu sucessivos solavancos e interrupções, com problemas com elenco e com financiamento, sendo descrito pela imprensa especializada como um filme amaldiçoado.
Um dos mais recentes problemas foi com Paulo Branco, que chegou a ser anunciado como produtor do filme, mas a parceria acabou por não ser concretizada, alegadamente por problemas de financiamento.
O Tribunal de Grande Instância de Paris declarou que o contrato entre ambos continua válido e posteriormente, Paulo Branco tentou impedir judicialmente, sem sucesso, a estreia em Cannes.
O produtor português tentou impedir também a estreia comercial em França. Mas, na sexta-feira, o mesmo tribunal rejeitou o pedido de Paulo Branco, que exigia a suspensão da distribuição do filme e, portanto, a interdição da estreia comercial, por considerar ter direitos sobre o filme, através da sua produtora Alfama Films.
O filme foi rodado em Portugal e em Espanha e conta com interpretações de Jonathan Pryce, Adam Driver, Olga Kurilenko e a atriz portuguesa Joana Ribeiro, entre outros.
O Festival de Cinema de Cannes contou este ano com vários filmes portugueses, nomeadamente 'Diamantino', de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, distinguido com o Grande Prémio da Semana da Crítica, e o documentário 'Chuva é cantoria na aldeia dos mortos', de João Salaviza e Renée Nader Messora, que conquistou o prémio especial do júri da secção Un Certain Regard, onde foi estreado.
Na Semana da Crítica esteve também a curta-metragem 'Amor, Avenidas Novas', de Duarte Coimbra.
No programa dedicado aos clássicos, foi exibida uma versão restaurada de 'A ilha dos amores', de Paulo Rocha, e, fora de competição, estreou-se 'O grande circo místico', do realizador brasileiro Cacá Diegues, rodado em Portugal.
Hoje serão anunciados os vencedores da Palma d'Ouro, o prémio máximo de Cannes.
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