Meteorologia

  • 07 MAIO 2024
Tempo
20º
MIN 12º MÁX 26º

Bloco acusa Portas de "falta de humildade"

A deputada do BE Cecília Honório acusou hoje Paulo Portas "de falta de humildade" em admitir que "está tudo bem" no programa de vistos 'gold', "apesar de estar a decorrer processo judicial", e o vice-primeiro-ministro falou em "arrogância".

Bloco acusa Portas de "falta de humildade"
Notícias ao Minuto

21:18 - 20/11/14 por Lusa

Política Cecília Honório

Na audição na Comissão Parlamentar de Economia, a deputada bloquista já tinha inquirido Paulo Portas sobre quantos postos de trabalho criou o investimento estrangeiro proveniente do programa de vistos 'gold' e o membro do Governo questionou se "é a Remax ou o Bloco de Esquerda" que cria mais emprego.

Cecília Honório afirmou ainda que Paulo Portas devia "ser mais humilde" em reconhecer que "houve problemas", em vez "de estar sempre a valorizar o programa de vistos 'gold'".

"O problema não é de estrutura, mas sim de execução", disse a deputada.

Sem nunca referir dados, Portas referiu que foi criado emprego na construção e no imobiliário com os vistos 'gold' e afirmou que "é uma arrogância dizer que isso não são postos de trabalho".

"Não lhe chamei nem arrogante, nem atribui quaisquer complexos de superioridade. Tratei-o com todo o respeito. Enfim, ouvi uma lição de moral", respondeu depois Cecília Honório.

Na sua última intervenção, Paulo Portas afirmou que tem "humildade", dizendo que aprendeu com Adriano Moreira que a "humildade é ter a capacidade de admitir que outros podem ter razão".

Na audição da Comissão Parlamentar da Economia ao vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, a deputada bloquista afirmou que "o que se passou é grave" e que o governante, "como criador da medida" de atribuição de vistos dourados, "devia tirar responsabilidades políticas".

Paulo Portas negou que não tenha a humildade de "reconhecer a razão na outra parte" e voltou a frisar que o programa de atribuição de visto de residência mediante investimento pode ser "melhorado e aperfeiçoado".

O vice-primeiro-ministro também foi questionado pelo deputado socialista Pita Ameixa sobre se o Governo vai realizar auditoria ao programa de vistos 'gold' e sobre se foram dadas diretrizes a entidades como o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e o Instituto dos Registos e Notariado (IRN) para agilização do processo de atribuição.

O deputado afirmou que Portas "não cuidou de prudência no exercício das suas funções" e que o vice-primeiro-ministro "é responsável por que se passa" e pela imagem de Portugal no exterior com o caso judicial.

"Tudo o que ocorreu foi debaixo do nariz dos ministros e eles têm de ter conhecimento", afirmou, acusando Portas de, na audição de hoje, ter-se "focado apenas em defender o programa e não explicou como é que o Governo pilotou o programa e chegámos aos acontecimentos graves que ocorreram".

No entanto, na sua última intervenção, Paulo Portas não esclareceu diretamente se o Governo vai fazer auditoria e se houve orientações políticas, limitando-se a valorizar o programa de vistos dourados.

"No plano político, nenhum dos altos funcionários está a exercer funções neste momento. A questão é fazer um debate político dos prós e contras de um sistema de atração de investimento", salientou.

"Não vim para aqui dizer que, por causa de um processo judicial, acaba-se com o programa. Vim aqui no sentido construtivo. Não é por haver casos de abusos, irregularidades ou crime na área do vistos 'gold' que se acaba com o programa", afirmou.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório