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Crise não encheu os autocarros até à praia

Aos olhos de Fernanda Marques, de 64 anos, que viaja até à Costa da Caparica sentada na última fila do autocarro, repetindo uma rotina de verão com décadas, esta crise não trouxe mais passageiros às carreiras da praia.

Crise não encheu os autocarros até à praia
Notícias ao Minuto

07:41 - 11/08/13 por Lusa

País Costa da Caparica

A Transportes Sul do Tejo (TST), que tem duas carreiras diretas a ligar a margem norte às praias da Costa da Caparica -- a 153, que parte da praça de Espanha, e a 161, que parte da praça do Areeiro -- confirma a análise da veraneante: nos últimos cinco anos os autocarros da empresa levaram menos 2 % de passageiros até à praia.

Fernanda Marques vive em Sacavém. Não tem carro, nunca tirou a carta de condução. Vem para a praia de autocarro desde sempre. Demora entre 30 e 45 minutos a chegar, dependendo do trânsito.

É divertido", diz à Lusa: "Combino com as minhas amigas e a gente diverte-se mais assim. Já viste a quantidade de caras que a gente vê no transporte? No carro a gente olha para o lado e só vê uma, quando vê!", explica.

Mas hoje, diz, há muito menos caras. Embora o autocarro que a leva do Areeiro à Costa da Caparica tenha todos os assentos ocupados, Fernanda Marques garante que a frequência diminuiu.

"Antes havia mais gente a viajar para a praia de autocarro. Ia muita gente de pé, mas agora não. Parece que está tudo muito triste para sair de casa. Ou é o tempo que está chocho, ou não há dinheiro, ou não há apetite e boa disposição", justifica.

Rita Lourenço, da direção de comunicação e marketing da TST, confirma: "A procura tem estado muito estabilizada. Com esta crise temos aqui um decréscimo à volta dos 2 %, desde há cinco anos", diz.

"Se é verdade que há pessoas que deixaram de fazer férias fora e, portanto, começam a utilizar o autocarro para virem para praias mais próximas da sua zona de residência, também é um facto que há outras pessoas que deixaram de vir. Portanto, um fator equilibra o outro e a procura mantém-se estável", acrescenta.

Adérito Alves, de 58 anos, e Maria Helena Alves, de 56, vivem nos Olivais. Também eles são 'habitués' dos autocarros que ligam Lisboa e a Costa da Caparica: "Não temos carro", explica ele. Como estão desempregados, não fazem "um horário muito certinho", vão e regressam quando lhes apetece.

"A vantagem é que nós até fazemos a viagem dos Olivais até à Costa da Caparica numa hora, hora e cinco. Um carro geralmente apanha muito trânsito. Acaba por ser muito mais rápido ir na camioneta", acrescenta ele.

Ambos concordam que agora veem menos pessoas: "Antes era sempre filas enormes, camionetas cheias. Então ali no Areeiro, as filas quase não tinham fim. Agora há menos gente", conclui a mulher.

O preço dos bilhetes de bordo para carreiras diretas entre Lisboa e as praias da Costa da Caparica varia entre os 3,25Euro e os 4,05Euro.

No entanto, entre agosto e setembro, se o utente comprar o bilhete de ida, a TST oferece o de volta (a campanha é válida para bilhetes de bordo e para viagens no mesmo dia). O bilhete pré-comprado custa 1,35Euro.

A viagem pode ainda ser validada com o passe mensal Rede SAP, que faz a ligação entre Lisboa e as zonas de Almada e Seixal.

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