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Livro de Barata-Feyo aponta "embuste" na investigação parlamentar

Um novo livro sobre "o caso Camarate", do jornalista José Manuel Barata-Feyo, põe em causa o funcionamento das comissões parlamentares de inquérito, que prosseguem a investigação de um suposto "atentado" que "ninguém conseguiu provar".

Livro de Barata-Feyo aponta "embuste" na investigação parlamentar
Notícias ao Minuto

19:14 - 05/03/13 por Lusa

País Camarate

"A verdade é que não há uma única prova documental ou científica incontroversa - uma única - de que o avião tenha sido alvo de sabotagem. Em contrapartida, há inúmeros indícios de que a tese do atentado se tornou um dogma político, avesso à lógica e ao bom senso", escreve Barata-Feyo, no livro intitulado "Camarate, o grande embuste - factos e conveniências", editado pelo Clube do Livro e que vai ser apresentado na quinta-feira, no auditório do Edifício Novo da Assembleia da República.

O jornalista, que investigou o caso para a RTP em 1981/1982, sublinha que a partir da 4ª comissão "a teoria deixa de ser ajustada à realidade", os factos e testemunhos, provas e peritagens que "servem a sabotagem são retidos, os que não a servem são rejeitados".

"A teoria ganhou vida própria, é agora uma entidade com estatuto reverencial. Já não serve a verdade, serve-se a si mesma", diz.

Quando se refere ao "grande embuste", título do livro, José Manuel Barata-Feyo aponta o dedo ao livro "Camarate", editado pela Assembleia da República e que reúne os relatórios do trabalho realizado pelas sucessivas comissões parlamentares até à 8ª comissão, em 2004, presidida pelo democrata-cristão Nuno Melo.

A 8ª comissão concluiu, sem oposição, pela tese do atentado, na investigação à queda do Cessna que caiu na freguesia de Camarate, a 4 de Dezembro de 1980, vitimando o então primeiro-ministro, Sá Carneiro, e ministro da Defesa, Amaro da Costa, acompanhantes e tripulação.

O livro que reúne os relatórios das comissão de inquérito, segundo Barata-Feyo, "inclui apenas os testemunhos, opiniões e relatórios que defendem a teoria da sabotagem" ao passo que ignora "todos os relatórios dos peritos, nacionais e estrangeiros que apontam para o acidente".

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