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Junta de Carnide contesta construção de torres no Centro Colombo

O presidente da Junta de Freguesia de Carnide, em Lisboa, disse hoje à Lusa que contestou junto da Câmara Municipal o projeto de construção de duas torres de escritórios no Centro Colombo, defendendo que "urbanisticamente é um grande erro".

Junta de Carnide contesta construção de torres no Centro Colombo
Notícias ao Minuto

16:52 - 17/08/15 por Lusa

País Projeto

"É complicado crescer mais, já estamos um bocadinho no limite", afirmou o autarca de Carnide, Fábio Sousa, considerando que o projeto a ser implementado na zona prevista pode "trazer muitos constrangimentos aos moradores que ali residem".

No documento de contestação apresentado à Câmara de Lisboa sobre a construção dos dois edifícios no Centro Colombo, a Junta de Freguesia de Carnide aponta oito condicionantes de utilidade pública, tais como o facto da construção proposta estar abrangida por uma zona de vulnerabilidade sísmica dos solos "muito elevada".

O projeto está também inserido numa zona de proteção geral, zona antiga de Carnide-Luz, e numa zona de domínio público hídrico, sendo que "a proposta de construção massificada colide com a estratégia prevista no Plano Diretor Municipal (PDM), e desejada, de diminuir o grau de impermeabilização do solo", lê-se no documento de contestação a que a Lusa teve acesso.

De acordo com a Junta de Freguesia de Carnide, o projeto não cumpre com os requisitos do Regulamento do Plano de Pormenor, em termos da altura máxima das fachadas e do enquadramento com a envolvente, e "não utiliza uma linguagem arquitetónica" que promova uma harmonização e coerência urbanística com os edifícios já existentes.

A oferta de estacionamento, a intervenção em cinco nós rodoviários e a articulação da construção com o espaço público existente com a implementação de áreas verdes são outras das condicionantes de utilidade pública referidas.

O presidente da Junta de Freguesia de Carnide solicitou à Câmara de Lisboa uma sessão pública de esclarecimento à população, considerando que "os moradores também merecem ser ouvidos".

A Associação de Moradores da Quinta da Luz, em Carnide, também contesta o projeto, defendendo que "os moradores perdem qualidade de vida residencial com esta construção".

O grupo Sonae Sierra, que detém parte do Centro Colombo, localizado na freguesia de Carnide, submeteu um Pedido de Informação Prévia (PIP) à Câmara de Lisboa para ali construir dois edifícios, com seis e 13 pisos, que visam "aumentar a oferta de escritórios" naquele empreendimento.

Numa resposta escrita enviada à agência Lusa, o gabinete de comunicação da Sonae Sierra (detentora do Centro Colombo com a CBRE Global Investors), esclareceu que o PIP feito à autarquia em maio prevê "a ampliação da área em 48.000 metros quadrados de escritórios através da construção de dois novos edifícios (um com 13 pisos e outro com seis), integrados no empreendimento atual". A estes pisos acresce o da entrada.

A Sonae Sierra acrescenta que os novos edifícios "assentarão diretamente sobre o edifício do centro comercial" e serão construídos na Avenida do Colégio Militar e na Rua Alberto Quintanilha. O primeiro edifício terá uma superfície de pavimento de 23.981 metros quadros e o segundo de 24.166 metros quadrados.

Esta ampliação "será faseada e de acordo com as condições de mercado", salienta a companhia.

Segundo a memória descritiva do projeto, o objetivo é "reforçar o estatuto do Centro Colombo como 'hub' comercial e de serviços de referência na cidade de Lisboa".

O Centro Colombo foi construído em 1997. Uns anos depois, foi concluída a construção da torre de escritórios Oriente (2009) e da Ocidente (2011).

Esta última, com 14 pisos, foi vendida por 80 milhões a um fundo de investimento cotado em Singapura.

O processo da ampliação do Centro Colombo esteve em consulta pública entre 30 de junho e 10 de julho.

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