"Para mulheres, ser boa mãe é contrário de ser boa profissional"
A diretora da Pordata acredita que a situação da baixa natalidade não é um problema de fácil resolução.
© Global Imagens
País Maria João Rosa
Maria João Valente Rosa, diretora da Pordata, acredita que a “população em Portugal deverá continuar a diminuir”, contudo, este é um problema nos países de Primeiro Mundo, no geral.
Em entrevista ao semanário Expresso, a demógrafa relembra que esta questão não é um problema de hoje e que a pobreza e a austeridade não são justificação para a queda da taxa de natalidade, apesar de este “período crítico” estar a “influir no sentido de uma descida particularmente abrupta dos nascimentos”.
Maria João Valente explica que, “se existisse uma relação direta entre pobreza e fecundidade, não deveriam ser os países mais pobres e menos desenvolvidos a ter mais crianças”.
A diretora da Pordata frisa que, em Portugal, a “efetiva partilha de responsabilidades parentais ainda não é uma prática” e explica que muitas mães acham que ser boa mãe e boa profissional são termos contrários. Desta forma, há um afastamento da natalidade em prol de uma carreira profissional.
“As crianças representam bem mais do que um montante em euros”, conclui a demógrafa quando questionada sobre os incentivos fiscais. Contudo, sendo que a dimensão económica é colocada em causa, estas medidas tornam-se “muito importantes”.
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