Situação no sector bancário continua "frágil", diz Vítor Constâncio
O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Vítor Constâncio, afirmou esta quinta-feira, em Bruxelas, que a situação no sector bancário continua “frágil”, apesar de ter melhorado bastante.
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Economia Banco Central
“A situação do sector bancário, embora tenha melhorado bastante, ainda continua a ser frágil”, disse o vice-presidente do BCE num debate no Comité Económico e Social Europeu, um órgão consultivo da União Europeia (UE).
Vítor Constâncio afirmou que as medidas lançadas pelo BCE em 2012 “contribuíram para fazer desaparecer os riscos quanto à desintegração do euro”.
Uma das medidas anunciadas pelo BCE no ano passado foi a criação de um novo programa de compra de dívida soberana no mercado secundário, designado OMT (Outright Monetary Transactions, no original).
Durante o debate, o vice-presidente do BCE foi questionado sobre a possibilidade de a taxa de depósito descer para valores negativos, tendo o vice-presidente do BCE afirmado tratar-se de “uma possibilidade” e adiantado que a instituição está "tecnicamente preparada" para fazê-lo se houver uma decisão nesse sentido.
“É uma possibilidade. Já foi feito na Suécia e na Dinamarca. Olhando para estas experiências, os efeitos, para nós, não são nítidos”, disse.
Constâncio foi também questionado sobre o mecanismo único de supervisão bancária da zona euro, tendo reiterado que a entrada em funcionamento deste instrumento “vai criar mais confiança no sector bancário”.
O supervisor bancário único, cujas bases legais foram acordadas pelos ministros das Finanças dos 27 Estados-membros da UE, em Dezembro, deverá estar em funcionamento a partir de 1 de Março de 2014.
No âmbito deste mecanismo, o BCE vai ficar responsável pela supervisão directa de cerca de 150 bancos dos cerca de 6 mil existentes zona euro, ficando os restantes sujeitos a uma supervisão indirecta.
“Não temos recursos, em termos humanos, em quantidade suficiente para fazer tudo isto. De qualquer forma, esse não é o objectivo”, disse Vítor Constâncio, explicando que o intuito é que as autoridades nacionais também tenham um papel na supervisão.
O vice-presidente do BCE afirmou que os 150 bancos que ficarão sob supervisão directa representam cerca de 85% de todos os activos do sector bancário da zona euro.
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