Depois do povo, chegou a vez de cortar na máquina do Estado?
Depois de muita especulação em torno do valor dos cortes e das áreas que iam ser alvo de um novo ‘apertar do cinto’, a ministra das Finanças e o ministro da Presidência esclareceram ontem o país. Pensões e salários escapam, pelo menos, para já. Parece que chegou o momento da máquina do Estado.
© Reuters
Economia Medidas
A cerca de um mês do fim do programa de ajustamento financeiro, o Executivo prepara-se para lançar um novo pacote de cortes.
Mas descansem, por enquanto, os pensionistas e funcionários públicos. Desta vez não são o alvo da austeridade, mas sim a máquina do Estado.
O pacote de medidas apresentado ontem recai maioritariamente sobre as ‘gorduras’ do Estado. De uma poupança total estimada em 1.400 milhões de euros, 1.200 dizem respeito a consumos intermédios e a custos de funcionamento, o que equivale a 87% do total.
Esta medida é inédita, escreve o Jornal de Negócios, uma vez que nunca se cortou tanto num só ano nas ‘gorduras’ estatais. Desde 2011, a poupança nestas áreas andou sempre à volta dos 800 milhões de euros por ano.
Aos mais céticos, que desconfiam que seja alta a improbabilidade de o Governo não alcançar estes 1.200 milhões em cortes nos consumos intermédios, Passos Coelho garante: “Não só é possível, como o vamos fazer”.
E relembra: “Entre 2010 e 2013 a despesa com consumos intermédios baixou 1.600 milhões de euros”.
Maria Luís Albuquerque começou ontem a conferência de imprensa, após a reunião extraordinária do Conselho de Ministros, por dizer que “não haverá aumento de impostos e não haverá adicional esforço sobre salários e pensões”.
Boa parte do país respirou de alívio.
Depois, a ministra começou a enumerar as medidas acordadas na reunião para cumprir a meta do défice para o próximo ano (2,5% do PIB).
A maior fatia dos cortes vai concretizar-se a nível dos ministérios “com reorganizações, fusões e outras medidas de eficiência”. Estes cortes vão traduzir-se numa poupança de 730 milhões, o que corresponde a 52% do pacote total.
Depois, o Executivo prevê poupar 320 milhões com consumos intermédios, consultorias, pareceres técnicos e ainda a nível das tecnologias de informação e comunicação (23%).
A Função Pública também vai ser chamada a ‘prestar contas’. Com rescisões amigáveis e passagens à reforma Maria Luís Albuquerque assegura que a poupança será de 180 milhões.
O setor empresarial do Estado é a área que menor poupança vai render: 170 milhões através de concessões, fusões, reorganizações e ainda graças à redução de indemnizações compensatórias.
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