Festival literário 'Encontradouro' quer ser referência cultural
O presidente da Câmara de Sabrosa defendeu hoje que o festival literário do Douro 'Encontradouro' se vai transformar numa "grande referência cultural" deste território, com a primeira edição a arrancar quinta-feira com uma homenagem a Miguel Torga.
© Reuters
Cultura Douro
"Pretende-se que seja o ano zero de um importante evento nacional e internacional de literatura na região do Douro", afirmou à agência Lusa o autarca José Marques.
A ambição do presidente é que o 'Encontradouro', que decorre entre quinta-feira e sábado, se transforme numa "grande referência cultural" do interior norte do país.
José Marques disse ainda que a literatura vai ser o eixo condutor do festival, mas que este se estenderá a outras artes.
"A ideia é atrair as pessoas cruzando com a literatura outras artes como o cinema, a música e a pintura e também a ciência, porque a cultura não é só literatura", sustentou Francisco Guedes, organizador do festival.
O responsável é mentor de outros festivais como o Correntes d´Escritas, na Póvoa de Varzim, e o Literatura em Viagem (LeV), em Matosinhos.
O encontro conta com a presença de cerca de 20 escritores, críticos literários, professores de literatura portuguesa, músicos e pintores.
O grande homenageado desta primeira edição vai ser o escritor Miguel Torga, que nasceu em São Martinho de Anta, concelho de Sabrosa, distrito de Vila Real.
Será precisamente na sua terra natal que decorrerá o evento, no Espaço Miguel Torga, projetado pelo arquiteto Souto Moura.
O mais conhecido dos escritores durienses inspirou-se na sua aldeia e nas paisagens do Douro para criar muitas das suas obras, desde os poemas, os contos ou os romances, como a "Criação do Mundo", "Bichos", "Contos da Montanha" e "Vindima".
"Miguel Torga estará um pouco presente em todo este encontro, ao longo dos três dias do encontro", salientou José Marques.
O Encontradouro dará a conhecer autores como Eduardo Lourenço, Afonso Cruz, Jorge Sousa Braga, Maria Manuel Viana, Julieta Monginho, Fernando Pinto do Amaral, Ana Margarida de Carvalho, JP Simões, o francês Olivier Rolin, o espanhol José Manuel Fajardo, o cabo-verdiano Germano Almeida e a angolana Ana Paula Tavares.
Em debate estarão os temas 'A Literatura é a memória escrita', 'Todo o livro é uma peregrinação interior', 'Se há alguma função na escrita, é a de desordenar', 'A Viagem: contributo para o conhecimento do homem' e 'Literatura, gente e bichos'.
Em simultâneo, estará patente a exposição "Planisférios Imaginários", do artista plástico Pedro Campelo, que, além de pintor, é também músico, poeta, ator, marionetista, espeleólogo e um apaixonado pela fotografia.
João Paulo Nunes Simões, mais conhecido por JP Simões, vai-se apresentar no Museu do Douro, no Peso da Régua, num concerto acústico.
O festival será ainda palco para o lançamento dos livros 'Os Filhos de K', de Julieta Monginho, e 'O Meteorologista', de Olivier Rolin, e para a projeção do documentário 'Os Caminhos de Jorge', de Miguel Moraes Cabral, e da curta-metragem 'Encontradouro', de Afonso Pimentel.
O evento encerra com a apresentação do projeto Mátria, com um concerto interpretado pelo coro Mezza Voce e pelo Ensemble Mistério da Cultura (piano, clarinete, voz), com música de Fernando C. Lapa.
Mátria está a construir uma ópera para o Douro inspirada na obra de Miguel Torga, uma iniciativa que está a ser executado pela produtora Mercearia das Ideias e promovido pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com