Depois da goleada na Arménia (5-0) e do sucesso na Hungria (3-2), a seleção nacional, sob o comando de Roberto Martínez, igualou as duas vitórias de Portugal no caminho para os Mundiais de 1974, 1986, 2006 e 2014, tendo nos últimos três a equipa das 'quinas' alcançado o apuramento para a fase final.
Novo triunfo, no Estádio José Alvalade, agora sobre os irlandeses, na tentativa de estar o Campeonato do Mundo do próximo ano, deixa a equipa de Martínez mais perto de igualar o recorde de 1966, com quatro vitórias a abrir, e mantém 'vivo' o objetivo de repetir nova qualificação perfeita, depois do feito inédito alcançado com o técnico espanhol no caminho para o Euro2024 (10 vitórias em 10 jogos).
Impossível - por causa do número de equipas (apenas quatro no Grupo F, para um total de seis partidas, cada), naquela que é a fase de qualificação europeia mais rápida para um Mundial no futebol moderno - será igualar ou ultrapassar o recorde de nove vitórias seguidas, depois de começar com uma derrota, de Fernando Santos no caminho para o Mundial2018, que decorreu na Rússia.
Tendo em conta o atual potencial da seleção nacional, que recentemente conquistou a Liga das Nações com triunfos sobre Alemanha e Espanha, e a superioridade teórica sobre Hungria, Irlanda e Arménia, o recorde de 60 anos da equipa do século passado em que brilhava Eusébio parece ter tudo para ser batido, ainda mais depois dos tais triunfos em Erevan e, sobretudo, Budapeste.
No caminho para o Campeonato do Mundo de Inglaterra, que viria a ser a primeira presença de Portugal na fase final da competição, a seleção nacional arrancou com um estrondoso 5-1 à Turquia, no Jamor, precisamente com um 'hat-trick' de Eusébio, e depois com um 1-0 em Ancara, outra vez com o 'pantera negra' a marcar.
Em Bratislava, frente à denominada Checoslováquia, nova vitória por 1-0 e, claro, com golo de Eusébio, seguindo-se a Roménia, no Estádio Nacional, com um 'bis' do eterno avançado português (2-1).
Já apurado, o melhor arranque de sempre de Portugal para um Mundial terminou no Porto, no extinto Estádio das Antas, com um 0-0 na receção à Checoslováquia. Seguiu-se ainda um desaire por 2-0 na Roménia.
Para o Mundial1974, Portugal chegou a sonhar com a segunda presença na fase final, depois da goleada caseira a Chipre em casa (4-0) e o 1-0 em Nicósia, mas a esperança começou a ser menor com um 1-1 na Irlanda do Norte.
Em 1986, a seleção nacional chegou mesmo ao México e começou o apuramento com um 1-0 na Suécia e um 2-1 na Antas com a Checoslováquia, seguindo-se um desaire em Alvalade com os suecos (3-1).
Depois de ter sido finalista do Euro2004, que decorreu em solo luso, e com o brasileiro Luiz Felipe Scolari no comando, Portugal começou o acesso ao Mundial2006 na Alemanha com vitórias na Letónia (2-0) e na receção à Estónia (4-0), mas, na terceira jornada, obteve um impensável empate (2-2) no Liechtenstein, naquele que é até hoje um dos resultados mais vexantes da história do futebol luso.
No trajeto para o Mundial2014, com Paulo Bento, o mesmo cenário, com vitórias sobre Luxemburgo (2-1), fora, e Azerbaijão (3-0), em Braga, seguindo-se um desaire por 1-0 em Moscovo com a Rússia.
O Portugal-Irlanda está agendado para sábado, às 19:45, no Estádio José Alvalade, em Lisboa.
Três dias depois, no dia 14, a seleção nacional volta a atuar no mesmo recinto, mas frente à Hungria, numa partida que poderá confirmar a qualificação para o próximo Campeonato do Mundo.
A seleção lusa lidera o Grupo F com seis pontos, mais três do que a Arménia, enquanto húngaros e irlandeses somam apenas um, resultante do empate entre ambos.
Portugal pode garantir já o apuramento e assegurar a nona presença em Mundiais, a sétima seguida, caso vença os dois encontros e se a Arménia não triunfar em nenhuma das suas partidas (Hungria, em Budapeste, e Irlanda, em Dublin).
O vencedor do grupo assegura automaticamente um lugar no torneio que se vai disputar no próximo ano nos Estados Unidos, no Canadá e no México, e que pela primeira vez vai ter 48 seleções. Já o segundo colocado terá de disputar os play-offs de apuramento.
Leia Também: Portugal-Irlanda: Da última vez foi preciso um 'super' Cristiano Ronaldo
