O que estava escrito na cábula que Zuckerberg levou para o Congresso
"Se atacado" é um dos tópicos nos apontamentos de Mark Zuckerberg, que incluem ainda uma alfinetada à Apple.
© Getty Images
Tech Facebook
Mark Zuckerberg, presidente e co-fundador do Facebook, esteve esta quarta-feira no seu segundo dia de audiências no Congresso norte-americano sobre o caso da utilização de dados de membros da rede social. Tendo surgido até rumores de que o empresário tinha contratado um grupo de especialistas em relações públicas para lidar com esta audiência, não seria de estranhar que fosse munido de uma cábula de apoio.
Andrew Harnik, fotógrafo da Associated Press presente na sala, conseguiu, porém, captar uma imagem destes apontamentos, num intervalo em que Zuckerberg saiu e deixou o portfolio aberto (isto sim, uma verdadeira metáfora do problema que está precisamente em discussão: falhas que deixam a privacidade a descoberto).
Para os mais curiosos, e sem surpresas, os tópicos alinhados nos apontamentos de Zuckerberg cobram grande parte das temáticas que colocaram o Facebook na berlinda nos últimos tempos. Por baixo do título ‘Responsabilização’, por exemplo, estavam delineadas, de forma sucinta, cinco respostas a possíveis perguntas sobre despedimentos ou sobre a sua própria demissão.
“Fundei o Facebook. Minhas decisões. Cometi erros. Grande desafio, mas já resolvemos problemas antes, vamos resolver este. Já estamos a atuar”, lia-se numa resposta.
Photo of Zuck's notes, by AP's @andyharnik pic.twitter.com/wF0WAkDdI4
— Stefan Becket (@becket) 10 de abril de 2018
Sobre possíveis demissões de funcionários, as respostas eram negativas: “Não vou colocar cabeças na guilhotina”, “Sim, responsabilizamos as pessoas muitas vezes, não vou entrar em detalhes”.
Existe, inclusive, uma alfinetada à cobertura que (não é) dada à Apple e ao uso que faz dos dados que recolhe dos seus utilizadores. “Muitos artigos sobre apps que fazem uso indevido de dados da Apple, nunca vi a Apple a notificar os utilizadores. Importante que todos sejam julgados pelo mesmo padrão”, lê-se na cábula.
Um outro dado curioso é a parte onde são listados vários tópicos para defender o Facebook: “Se atacado: Com todo o respeito, rejeito essa acusação. Não nos identificamos”; “Milhares de milhões de pessoas usam o Facebook a nível global todos os dias para se conectarem às pessoas que importam”; “Famílias recuperaram ligação, pessoas conheceram-se e casaram-se, movimentos foram organizados, dezenas de milhões de PME’s (...)” ou “Há mais para fazer, mas não podemos esquecer-nos de todas as formas com que as pessoas usam o Facebook de forma positiva”.
#Zuckerberg had to bring notes to his hearing to remind him of what good things about Facebook exist. pic.twitter.com/OljzkcAARH
— Ryan Saavedra (@RealSaavedra) 11 de abril de 2018
Mark Zuckerberg, recorde-se, está desde terça-feira a responder a perguntas dos parlamentares norte-americanos, tendo sido convocado para explicar os vários escândalos que afetam a empresa, como o caso do roubo de dados por parte da empresa Cambridge Analytica.
A empresa britânica conseguiu os dados de 87 milhões de utilizadores da rede, que poderão ter sido utilizados para fins políticos, levantando sérias discussões sobre a privacidade dos dados fornecidos pelos utilizadores e a gestão que é feita dos mesmos pelas plataformas online.
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