"Gosto muito de festivais". Aliu testou solução para cegos do NOS Alive

A NOS aproveitará o concerto dos Muse no Alive, no dia 12 de julho, para testar uma funcionalidade de audiodescrição dedicada à comunidade cega. Estivemos à conversa com Aliu Baio, uma das pessoas que ajudou a testar esta funcionalidade e que tem presença confirmada no festival de música.

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© Pedro Gomes/Redferns

Miguel Patinha Dias
10/07/2025 12:32 ‧ há 6 horas por Miguel Patinha Dias

Tech

NOS Alive

Começa esta quinta-feira uma nova edição do NOS Alive e, além de muita música de algumas das bandas mais conhecidas do mundo, seguem-se também três dias em que será possível testar algumas tecnologias que poderão ajudar a ditar a inovação dos próximos anos.

 

O Notícias ao Minuto teve a oportunidade de visitar o recinto do NOS Alive, em Algés, um dia antes da abertura de portas, na quarta-feira, dia 9, para percebermos algumas das tecnologias que serão testadas nesta edição para tornar o festival mais acessível.

Uma delas assume a forma da Guia-NOS, uma app ainda em fase piloto desenvolvida pela NOS Inovação e que, entre outras funcionalidades, usa Inteligência Artificial para descrever em tempo real os objetos do espaço envolvente para pessoas cegas ou com deficiência visual.

Esta capacidade de audiodescrição terá o seu derradeiro teste durante o concerto dos Muse, no dia 12 de julho, e estará disponibilizada diretamente na aplicação oficial do NOS Alive para todos os utilizadores.

Aos jornalistas, a diretora de responsabilidade social e comunicação corporativa da NOS, Margarida Nápoles, afirmou que este projeto encontra-se em desenvolvimento há cerca de um ano, notando que tem o potencial de ser lançado no mercado como um produto.

Além da participação de “várias dezenas de pessoas”, o desenvolvimento desta funcionalidade teve o auxílio de Aliu Baio, músico e fotógrafo guineense que, como parte da comunidade cega, ajudou a testar a app para que esta conseguisse ir ao encontro das necessidades de pessoas que, apesar das deficiência visuais, também gostam de música e querem também um festival mais acessível.

Durante a visita ao recinto do NOS Alive, o Notícias ao Minuto teve a oportunidade de presenciar uma demonstração da tecnologia usada nesta funcionalidade de audiodescrição. Usando um telemóvel, bastava a Aliu apontar numa direção e, quase de imediato, uma voz sintética descrevia o meio, alguns objetos, as pessoas e até expressões.

Ainda que seja claro que há trabalho adiante, fica claro o potencial futuro desta funcionalidade para aplicações futuras. Algo que ficou claro durante a conversa que o Notícias ao Minuto teve com Aliu sobre a experiência de participar no desenvolvimento da app.

Pode ler abaixo a entrevista que fizemos a Aliu e, caso já tenha ‘encontro’ marcado com o Alive no dia 12 de julho, experimentar em primeira mão esta funcionalidade durante o concerto dos Muse.

Notícias ao Minuto Aliu Baio © Notícias ao Minuto  

Como surgiu o convite para participar no desenvolvimento desta funcionalidade?

O convite surgiu através da Access Lab. Foram eles que me convidaram para fazer parte desta experiência. Comecei a participar na fase de testes para perceber se a app tinha uma navegação fácil e se estava adaptada às necessidades de uma pessoa cega.

Que tipo de ‘feedback’ é que o Aliu deu que ajudou a melhorar a app?

A aplicação para mim já era bastante boa, havia apenas pequenas coisas que podiam ser melhoradas. Como a velocidade da voz, a forma como a app estava organizada. Por vezes é difícil entrar e usar sites, porque muitos sites têm botões que não são detectados pelo leitor de ecrã. É este tipo de ‘feedback’ que se precisa de dar para que as pessoas que desenvolvem estes sites e aplicações consigam encontrar uma solução.

O Aliu vê-se a usar a aplicação na vida quotidiana?

Sim. Esta aplicação poderia ser usada, por exemplo, em algo tão simples como numa situação em que queira escolher uma roupa e queira saber a cor da peça que quero usar.

No que diz respeito ao Alive, o Aliu vem em algum dia?

Vou estar cá todos os dias. Gosto muito de festivais, só não vou quando não dá. Já vim ao NOS Alive em outras edições, mas esta é a primeira vez que vim os três dias e estou muito curioso para saber como é que será a experiência.

Há alguma banda em que esteja particularmente interessado em ver?

Sendo sincero, há muitas que ainda não conhecia. Mas quero ver Muse. É uma banda de que gosto muito, que é muito interessante e quero muito ver. Há outras que venho descobrir… Estou curioso em relação a Glass Animals. Também há músicos portugueses, como é o caso da Capicua e do Herlander, que por acaso é um amigo meu.

Quanto ao pós-NOS Alive, o Aliu continuará envolvido no desenvolvimento da aplicação?

Tenho a certeza que sim. Tenho toda a disponibilidade para isso.

Leia Também: NOS Alive apresenta solução para cegos desfrutarem do festival

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