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Portugueses rumam à Antártida para estudar poluição por mercúrio

Os cientistas portugueses que vão na quinta-feira para a Antártida no âmbito do programa Propolar, trabalham em sete projetos, relacionados principalmente com aquecimento global e alterações climáticas, como a adaptação de espécies às mudanças, mas também com poluição causada pelo mercúrio.

Portugueses rumam à Antártida para estudar poluição por mercúrio
Notícias ao Minuto

12:00 - 17/01/17 por Lusa

Tech Propolar

Os projetos portugueses "são bastante conceituados internacionalmente porque focam áreas muito interessantes da questão do aquecimento global e das alterações climáticas", disse hoje à agência Lusa a diretora executiva do Programa Polar Português (Propolar).

Financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), o Propolar, que apoia projetos de investigação e a ciência polar portuguesa, tanto no Ártico, como na Antártida, organiza anualmente uma viagem de avião para transportar investigadores para o pólo.

Este ano, a campanha tem partida marcada para quinta-feira e integra 122 elementos, dos quais 19 são cientistas portugueses.

Entre os grupos de investigadores, oriundos de instituições de vários pontos do país, alguns vão estudar o efeito do mercúrio nas respostas fisiológicas e nos genes das comunidades que constituem a base das cadeias alimentares marinhas, como o fitoplâncton, e o zooplâncton.

Os cientistas vão estar numa ilha, um cone vulcânico que está inundado e onde há "uma enorme disponibilidade de mercúrio decorrente da atividade do vulcão, sendo, portanto, uma fonte natural" e vão tentar identificar as alterações que permitiram a sobrevivência de espécies nestas condições, explicou Teresa Cabrita.

Em Portugal, existem vários ecossistemas com contaminação por mercúrio e este trabalho pode ajudar a compreender como são afetados, acrescentou.

Alguns projetos estudam a degradação do 'permafrost', ou seja, o solo, incluindo a rocha, que está permanentemente congelado, e que, por efeito do aquecimento global, pode derreter.

"Este problema é muito importante na zona do Antártico", por exemplo, referiu a investigadora, pois há uma ocupação humana muito maior [so que no Ártico] e zonas urbanas construídas em cima de 'permafrost' que, quando derrete, tem impacto nas estruturas.

"O estudo da degradação do 'permafrost' é um bom indicador do aquecimento global do planeta e é por isso que temos vários projetos que se debruçam sobre essa temática para compreender bem até que ponto o planeta está, de facto, a aquecer e qual o efeito sobre estas camadas de solo congelado", especificou.

Conhecer os ciclos de pedra ordenados, formações rochosas suscetíveis aos ciclos de congelação e de gelo, com grande potencial como indicadores das variações climáticas ao longo da História, ou saber mais sobre o retrocesso glaciário, desde o último máximo glaciário global até aos nossos dias, são outros dos projetos na área das alterações climáticas.

Teresa Cabrita adiantou ainda existirem outros projetos dedicados à componente biológica, como aquele que estuda a adaptação e resposta imunológica de espécies de peixes extremamente bem adaptados a águas frias e que podem sofrer com o aquecimento global, e cujos resultados podem depois ser extrapolados para outros animais, ou outro que investiga a dinâmica das marés.

O que se passa nas regiões polares influencia todo o planeta em termos de alterações climáticas, e Portugal é um dos países mais afetados por estas mudanças, salientou Teresa Cabrita.

Por isso, recordou, é importante ter consciência da necessidade de proteger estas zonas polares, compreender o que se passa para antecipar e preparar para as alterações que possa ocorrer.

O Propolar tem um orçamento global de 172,5 mil euros, que inclui cerca de 100 mil euros para financiar o voo para a Antártida, a organização de um concurso para atribuição de subsídios para a mobilidade de jovens investigadores polares, vestuário e equipamento de segurança e comunicações, seguros, e a preparação de uma biblioteca, mapoteca e fototeca polar.

O Propolar é um projeto da FCT mas coordenado por instituições como o Instituto de Geografia e Ordenamento do território da Universidade de Lisboa, o Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, da Universidade de Coimbra e o Centro de Ciências do Mar, da Universidade do Algarve.

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