Depois de muita expectativa, eis que tem início o Web Summit, uma autêntica estreia em Portugal e que promete muito fazer pelo dinamismo económico do país.

Esta é a primeira de três edições do evento em território nacional, num ciclo que se antevê proveitoso e (sobretudo) produtivo para as centenas de empresas e startups participantes.

A ansiedade já é muita e até já se faz a famosa 'hola', a onda que faz furor em estádios de futebol por todo o planeta. O público espera impacientemente pela chegada de Paddy Cosgrave, já atrasada como é apanágio dos bons anfitriões. Caberá ao próprio fundador dar início ao evento.

Após um vídeo de introdução, o fundador do Web Summit sobe ao palco sob fortes aplausos, para lembrar que há seis anos, "éramos 400".

"Agora somos 53 mil pessoas de mais de 160 países."

Poucos minutos depois da abertura, o primeiro momento menos feliz: a tentativa de iniciar um Facebook Live conjunto falhou pela falta de estabilidade da rede Wi-Fi.

Ainda assim, Paddy Cosgrave não abrandou e chamou ao palco António Costa, recebido com fortes aplausos após agradecer a presença dos visitantes estrangeiros.

"You are always welcome. Bem vindos a Lisboa." Às palavras finais do discurso do primeiro-ministro português, António Costa, o público respondeu efusivamente e deu como oficialmente iniciado o Web Summit 2016.

Seguiu-se um painel no âmbito das 'Novas Realidades' (New Realities). Durão Barroso, agora na posição de chairman da Goldman Sachs, discursou sobre a economia europeia.

Barroso afirmou que a economia aberta da Europa teve um crescimento maior do que outros territórios, acreditando que continuará a crescer como parte da "revolução silenciosa" que tem tido lugar graças às gerações mais jovens. E aproveitou para deixar uma mensagem a propósito do sentimento nacionalista que tem surgido em vários países europeus, apontando que "não é o caminho para a frente" uma vez que já é sabido o que resulta desse panorama.

Seguiu-se a posição de Roberto Azevedo, presidente da Organização Mundial do Comércio. "Temos de abraçar as novas tecnologias. Estar preparados para elas," notou, dando como exemplo o aparecimento de camiões de transporte de mercadorias com condução autónoma.

Apesar das vantagens deste canal de distribuição, Azevedo também notou que é necessário proteger as pessoas que sejam afetadas com estas novss conjunturas criando "fortes políticas internas" em cada estado.

Falando sobre o papel da União Europeia enquanto mediadora em conflitos e questões de interesse mundial, o representante das Nações Unidas, Mogens Lykketoft, apontou que os investidores e os empreendedores serão a força motriz que permitirá encontrar soluções para um futuro conciliador.

Confrontados com a questão se os políticos terão a capacidade de lidar com a grande quantidade de tecnologia disruptiva que 'invadirá' a sociedade nos próximos anos (drones, inteligência artificial, carros autónomos, etc), foi opinião consensual que os políticos e líderes governamentais têm de ser "responsabilizados" pela forma como é feita essa transição. Para Azevedo, essa responsabilização será feita pelo eleitorado.

Depois da política, é um ator que une a Meo Arena num momento de festa, com direito a receção especial: as lanternas dos milhares de smartphones do público juntaram-se para anunciar a chegada do ator Joseph Gordon-Levitt.

"Se olharmos para tudo o que temos hoje em dia, tudo é melhor do que há alguns anos. E isso deve-se à tecnologia"

O ator destacou que "estamos na geração que teve o primeiro contacto com o MS-dos e com o Windows". Mas "hoje em dia, há muito mais ferramentas e eu acredito que serão utilizadas não só para conversar ou tirar fotos, mas para criar mudanças estruturais".

Laurie Segall, da CNN deu início a uma conversa leve sobre a paixão da estrela de Hollywood pela tecnologia e o nascimento do projeto hitRECord.

Dois milhões de dólares em apoios depois, Gordon-Levitt sente-se "muito bem" por abrir a porta do mundo musical a uma nova comunidade.