A 'country manager' da Google Cloud Portugal, Sofia Marta, afirmou hoje, em declarações à Lusa, que Portugal tem a dimensão e o talento para ser referência no que se faz de melhor em inteligência artificial (IA).
"Temos se calhar a dimensão ideal, o talento que é preciso para que Portugal possa ser, de facto, um país de referência naquilo que se faz de melhor em inteligência artificial", disse a responsável, que falava à margem do Google Cloud Day, que está a decorrer no Convento do Beato, em Lisboa.
"Vamos assistir nos próximos meses a um salto enorme até porque nós em Portugal, normalmente, somos muito resistentes ao início, mas depois quando alguns começam a fazer algumas coisas, de repente começam todos", prosseguiu, referindo que o país está "um bocadinho" nesse ponto.
Na edição deste ano do Google Cloud Day "estamos já a mostrar muitos casos práticos, mesmo para os mais céticos. Hoje vão ver já muitos casos de clientes públicos e privados em várias organizações a mostrar o que já estão a fazer", apontou.
Há muitos casos internacionais sobre IA, mas "tentámos trazer aqui um bocadinho do que já se está a fazer na nossa realidade, acho que nos próximos meses vamos assistir aqui a um acelerar da adoção da inteligência artificial em Portugal", considerou Sofia Marta.
"Temos todas as condições para isso em termos governamentais, temos fundos que podemos canalizar para este tipo de iniciativas, portanto acho que agora depende só de cada um de nós", salientou.
Questionada sobre a Agenda Nacional de IA, que está prevista para Portugal e se a inteligência artificial deverá ficar sob a alçada de uma nova entidade, Sofia Marta referiu que este é um tema que está a ser discutido.
"Não me compete a mim dizer se deverão ou não criar um organismo específico, agora que tem de haver essa responsabilidade, seja num organismo específico ou seja centralizado por um organismo que existe, sem dúvida nenhuma", disse.
Desta Agenda Nacional de IA, nós participámos até como membros da APDC, demos os nossos contributos para aquilo que acreditamos que deve ser essa agenda".
Ela tem "de beber aquilo que são as melhores práticas internacionais, tem também que espelhar todos os temas que possam de ser de alguma forma algum risco, ou seja, nós temos de salvaguardar que efetivamente a inteligência artificial é utilizada da melhor forma", acrescentou.
"Temos que ter sempre esse balanço entre a inovação e aquilo que estamos a pôr em risco, esse equilíbrio é preciso ser salvaguardado, mas acho que também tem de haver algum arrojo", rematou.
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