Num comunicado, a polícia indicou que a aplicação, "lançada sob a aparência de um jogo", tem como objetivo "promover agendas secessionistas, defender a revolução armada e tentar derrubar o sistema fundamental da República Popular da China consagrado na Constituição", além de "incitar o ódio contra o Governo central e o [Executivo] da Região Administrativa Especial de Hong Kong".
As autoridades advertiram que a divulgação consciente do jogo pode configurar crimes como "incitação à secessão" ou "subversão do poder do Estado". A partir de terça-feira, a aplicação foi removida da loja Google Play.
Citado pelo jornal HK01, o advogado Tang Ka-wah alertou que a tecnológica Apple poderá também incorrer em violação da Lei de Segurança Nacional se mantiver o jogo disponível na sua loja digital após ter conhecimento da sua ilegalidade.
O advogado apelou ainda à população para "tomar precauções extremas" relativamente à instalação do jogo e desaconselhou comportamentos que possam ser interpretados judicialmente como "intenção criminosa".
Segundo o comunicado, qualquer apoio financeiro ou material ao programador do jogo - incluindo pagamentos feitos através da aplicação - poderá igualmente ser considerado crime, caso se comprove intenção de financiar atos de secessão ou subversão.
Em maio, o Governo de Hong Kong anunciou planos para reforçar a legislação de segurança com uma nova regulação que amplia os poderes da delegação de Pequim para supervisão direta de casos sensíveis, colmatando alegadas lacunas legais.
Nos termos do artigo 55 da Lei de Segurança Nacional, Pequim pode assumir um processo se considerar que a administração local falhou na aplicação eficaz da lei.
As infrações podem ser punidas com multas até 500 mil dólares de Hong Kong (cerca de 56 mil euros) e penas até sete anos de prisão. Já os crimes previstos no artigo 23 - como traição, insurreição ou conluio com forças externas - podem ser punidos com prisão perpétua.
A reforma tem sido alvo de duras críticas por parte de governos e organizações ocidentais, que alertam para o risco de uma "nova era de autoritarismo" com impacto no princípio de "um país, dois sistemas" que rege a região semiautónoma.
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