"Graças aos esforços dos especialistas do ramo aeroespacial do Corpo dos Guardas da Revolução, o satélite de imagens 'Nour-3' foi colocado com sucesso em órbita a 450 quilómetros acima da Terra pelo lançador 'Qassed'", revelou Issa Zarepour, citado pela agência oficial Irna.
O ministro não avançou pormenores sobre a natureza e os objetivos do satélite, cujo lançamento ocorre mais de três anos após o do primeiro satélite militar dos Guardas das Revolução, o 'Nour-1', em abril de 2020.
Teerão afirma que as suas atividades aeroespaciais são pacíficas e estão em conformidade com uma resolução do Conselho de Segurança da ONU.
Mas os governos ocidentais temem que os sistemas de lançamento de satélites iranianos incorporem tecnologias intercambiáveis com as utilizadas em mísseis balísticos capazes de transportar uma ogiva nuclear, que o Irão sempre negou querer construir.
Em março de 2022, os Guardas da Revolução anunciaram o lançamento em órbita de um novo satélite de reconhecimento militar denominado 'Nour-2'.
Depois, em agosto de 2022, o Irão lançou o satélite 'Khayyam' (nome do académico persa Omar Khayyam) com um foguetão 'Soyuz-2.1B' a partir do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, controlado por Moscovo.
A agência espacial iraniana afirmou que a nave tinha sido construída pelos russos, sob supervisão iraniana.
Na altura, os Estados Unidos afirmaram que o 'Khayyam' se destinava a atividades de "espionagem", descrevendo a crescente cooperação de Moscovo com Teerão como uma grave "ameaça".
O lançamento do novo satélite surge no meio de especulações sobre possíveis progressos nas negociações sobre o programa nuclear iraniano, que se encontram num impasse.
Numa entrevista à agência noticiosa japonesa Kyodo, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, falou de "um plano japonês para relançar as negociações" entre o Irão e as grandes potências signatárias do acordo assinado em 2015, que estão paradas desde a saída dos Estados Unidos em 2018.
Terça-feira passada, Teerão também desmentiu relatos da imprensa sobre conversações diretas com os Estados Unidos, apesar de os dois países não manterem relações diplomáticas desde 1980.
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