Regulador dos EUA processa Amazon por "manter ilegalmente" monopólio
A autoridade da concorrência dos Estados Unidos e 17 dos estados do país norte-americano apresentaram uma queixa contra a multinacional de tecnologia Amazon, acusando-a de "manter ilegalmente o seu monopólio" com "estratégias anticompetitivas e injustas".
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Tech Amazon
A Federal Trade Comission (FTC) esclareceu, em comunicado, que "não é o tamanho da Amazon que está em questão", mas sim os "métodos ilegais que visam excluir concorrentes" do mercado, "impedir o seu desenvolvimento e impedir o aparecimento de alternativas".
A agência federal norte-americana considera que a Amazon desencoraja os vendedores de estabelecerem preços inferiores aos seus em produtos onde compete com empresas que vendem a retalho, e condiciona o acesso dos comerciantes ao seu serviço 'premium', para entregas mais rápidas de produtos aos consumidores, mediante adesão aos seus serviços logísticos, que julga demasiado caros.
"A Amazon está a explorar o seu poder de monopólio para enriquecer, ao mesmo tempo que aumenta os preços e degrada o serviço para as dezenas de milhões de famílias americanas que compram na sua plataforma e para as centenas de milhares de empresas que dependem da Amazon [para comercializar os seus produtos]", acrescenta o comunicado da FTC.
Em resposta à queixa, a Amazon considera que "a FTC se afastou radicalmente da sua missão de proteger os consumidores e a concorrência", através de um comunicado do seu vice-presidente, David Zapolsky.
O responsável crê, aliás, que os métodos criticados pela autoridade da concorrência norte-americana têm "contribuído para estimular a concorrência e a inovação em todo o setor retalhista e permitido maior escolha, preços mais baixos e prazos de entrega mais rápidos aos clientes da Amazon".
O vice-presidente da Amazon referiu ainda que a empresa de Seattle vai ter de "aplicar medidas que prejudicam os consumidores e as pequenas e médias empresas", caso seja dada razão à FTC.
Com 134,4 mil milhões de dólares em volume de negócios (127 mil milhões de euros) e um lucro líquido de 6,7 mil milhões de dólares (6,3 mil milhões de euros) no segundo trimestre deste ano, a Amazon informou que, em 2022, mais de 60% das suas vendas foram provenientes de vendedores independentes, a maioria pequenas e médias empresas.
Organização não governamental para o consumo local e sustentável, o Instituto de Autossuficiência Local realçou que as pequenas e médias empresas norte-americanas já esperavam há muito tempo por esse momento, criticando a Amazon por "dar prioridade aos seus produtos" e poder "espiar as empresas à procura das suas melhores ideias".
Segundo dados da publicação Insider, a Amazon representa 37,6% das vendas online nos Estados Unidos, acima dos supermercados Walmart (6,8%), da tecnológica Apple (3,5%) e da plataforma eBay (3,1%).
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