Interpol teve 2.431 correspondências com reconhecimento facial desde 2018

A base de dados de reconhecimento facial da Interpol, em funcionamento desde 2018, permitiu estabelecer 2.431 correspondências nas investigações em que foi utilizada durante este período, adiantou esta terça-feira a organização policial internacional.

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Lusa
06/09/2023 07:55 ‧ 06/09/2023 por Lusa

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Reconhecimento facial

O diretor de análise operacional da Interpol, Cyril Gout, destacou esta terça-feira, os avanços da ação da organização policial internacional na promoção destas técnicas de reconhecimento facial, mas insistiu que "estas não são suficientes".

O responsável falava desde a sede em Lyon, num dia aberto à comunicação social, por ocasião do centenário da organização, destacando que é importante que se avance na aceitação destas técnicas pelos Estados-membros, mas também pela população.

Cyril Gout salientou que a organização trabalha com várias partes, como organizações de defesa dos direitos humanos.

Questionado sobre a possibilidade de a informação disponibilizada à Interpol para reconhecimento visual poder ser utilizada por algum país para vigilância em espaços públicos com câmaras equipadas com inteligência artificial para o efeito, Gout destacou que as suas bases de dados biométricas "só são acessíveis à Interpol".

A razão é que estas bases contêm "informações sensíveis" e que a organização é a garante do cumprimento de todas as condições de utilização impostas pelos países que concordaram em partilhá-las.

Em alguns casos, estas restrições referem-se à proibição de colocá-lo nas mãos de outros países que não sejam considerados confiáveis.

A Interpol também está a promover uma maior cooperação entre os seus 195 países membros, incluindo Portugal, para alimentar e tirar partido das suas duas bases de dados de ADN, um projeto em que apenas 87 destes estão atualmente envolvidos.

A principal razão para esta baixa participação é a falta de capacidades técnicas ou jurídicas em muitos países, apontou o diretor das bases de dados de ADN da Interpol, François-Xavier Laurent.

No total, as duas bases de dados disponíveis, uma de fugitivos e outra de pessoas pendentes de identificação, contêm 280 mil perfis.

Ao contrário de outros parâmetros biométricos, como as impressões digitais, o ADN não pode ser utilizado para identificação imediata, por exemplo, ao atravessar uma fronteira, uma vez que requer análises laboratoriais demoradas.

Com base em dados biométricos, ADN e outros elementos, a Interpol lançou, em maio passado, uma campanha de comunicação, intitulada 'Identifique-me', para tentar identificar os corpos de 22 mulheres anónimas encontradas na Alemanha, nos Países Baixos e na Bélgica, suspeitas de terem sido assassinadas e que chegaram a esses países vindos do exterior.

Desde então, foram recebidos mais de 700 depoimentos de pessoas que quiseram fornecer provas e algumas destas puderam ser identificadas, embora os três países em questão não o tenham fornecido mais informações enquanto decorre a investigação para esclarecer possíveis responsabilidades criminais.

Face ao sucesso da operação, a Alemanha pediu a sua repetição com o caso de um menino de cinco ou seis anos que apareceu no Danúbio, na sua passagem pela Baviera, afogado por uma pedra.

A Interpol tornou o apelo público em dia 29 de agosto e já foram colhidos 33 depoimentos.

A organização policial internacional pretende trabalhar, a partir de 2024, de forma semelhante em casos não resolvidos em outras regiões do mundo.

Leia Também: Reino Unido acusado de lóbi para alargar reconhecimento facial no país

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