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Empresas não podem enfrentar "mudança de paradigma" na IA sozinhas

O CEO da Google, Sundar Pichai, disse hoje que a rápida evolução da Inteligência Artificial (IA) representa uma "mudança de paradigma" que deve ser abordada de forma responsável e em colaboração transversal nas empresas. 

Empresas não podem enfrentar "mudança de paradigma" na IA sozinhas
Notícias ao Minuto

23:30 - 10/05/23 por Lusa

Tech IA

"Estamos a fazer isto de forma responsável para acertarmos", afirmou Sundar Pichai, durante a apresentação de arranque do evento anual Google I/O, em Mountain View. "Nenhuma empresa pode fazer isto sozinha". 

O CEO apelou à colaboração entre empresas para endereçar esta rápida evolução, num evento que foi todo praticamente focado na Inteligência Artificial e na sua aplicação no curto prazo. 

"Tenho estado a refletir nas grandes mudanças tecnológicas de que todos fizemos parte, e a mudança da IA é tão grande quanto imaginável", considerou Sundar Pichai. "É por isso que é tão importante que tornemos a IA útil para toda a gente". 

Na apresentação de duas horas, o vice-presidente sénior de Tecnologia e Sociedade da Google, James Manyika, explicou que há muitos riscos associados ao potencial da Inteligência Artificial, que nos últimos seis meses conheceu um salto exponencial em aplicações disponíveis aos consumidores. 

"Temos de reconhecer que esta é uma tecnologia emergente que ainda está a ser desenvolvida e ainda há muito a fazer", disse Manyika. 

Sundar Pichai descreveu a abordagem da Google como "arrojada e responsável" e Manyika sublinhou que há uma tensão natural entre estes posicionamentos. 

"A única forma de ser realmente arrojado no longo prazo é ser responsável desde o início", afirmou. 

A Google introduziu recentemente o seu bot conversacional alimentado a IA, Bard, visto como resposta à popularidade do ChatGPT, da OpenAI/Microsoft. 

A partir de grandes modelos de linguagem (LLM, large language models), sistemas como o ChatGPT e o Bard podem gerar conteúdo com base nos pedidos dos utilizadores, em vários idiomas. É algo tipicamente chamado de IA generativa. 

O vice-presidente associado da divisão de dispositivos na IDC EMEA, Francisco Jerónimo, disse à Lusa que ter cautela faz sentido.

"É verdade. Porque esta é uma tecnologia que ainda ninguém sabe o potencial positivo e negativo que tem", explicou. "Sundar, como outros CEO, sabe que esta pode ser uma tecnologia bastante perigosa". 

Segundo o que apresentou no I/O, a Google está a estender capacidades de IA generativa a vários dos seus produtos e serviços, tanto para empresas como consumidores, mas apelando à padronização de salvaguardas para mitigar os riscos. 

"Embora seja entusiasmante, a IA também tem o potencial de piorar preconceitos sociais injustos", exemplificou Manyika. 

Uma das maiores preocupações da Google é o aumento da desinformação, pelo que a empresa está a desenvolver ferramentas para verificar a autenticidade da informação. 

"Vamos assegurar que as imagens de IA generativa terão metadados no ficheiro original", afiançou Manyika. Os criadores e editores poderão embeber metadados e marcas de água nos ficheiros e os utilizadores poderão depois usá-los para perceber o que é autêntico e o que foi gerado sinteticamente. 

Outro exemplo é o da tecnologia que faz a dobragem automática do discurso num vídeo para outro idioma e edita a imagem para que os lábios se mexam de acordo com a nova língua. 

"É um enorme passo em frente. Mas tem uma tensão inerente", disse Manyika. A tecnologia pode ser usada por terceiros com más intenções para criarem 'deepfakes'", explicou, referindo-se a vídeos que replicam uma pessoa e a sua voz de forma artificial para a fazer dizer algo que não disse realmente. 

A Google disse que esta tecnologia só estará disponível a parceiros autorizados para evitar que seja usada para fins nefastos. 

"Construir a IA de forma responsável tem de ser um esforço coletivo que envolve investigadores, cientistas, especialistas da indústria, governos e as pessoas no dia-a-dia", considerou Manyika. "Há muita coisa em que temos de acertar juntos".

Francisco Jerónimo gostou do que viu, embora salientando que nenhuma das novidades foi ainda revolucionária. 

"Neste momento, a Microsoft continua a estar à frente da Google a tentar dominar este espaço", considerou. 

Sundar Pichai disse que a empresa está a guiar-se por princípios de IA responsável e indicou, em vários momentos, que a Google foi pioneira na aplicação de tecnologias de Inteligência Artificial. 

A referência deveu-se ao facto de a Microsoft, que investiu na OpenAI, estar agora a ser creditada com a abordagem mais avançada nesta era de IA, integrando as tecnologias em que se baseia o ChatGPT nos seus produtos. 

O Google I/O decorre em Mountain View, na sede da empresa, e serviu também para a apresentação de vários novos produtos, incluindo um tablet e um smartphone dobrável. 

Leia Também: WhatsApp poderá chegar em breve aos relógios inteligentes da Google

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