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Bombardeamento cortou temporariamente energia na central de Zaporíjia

Uma linha de energia, que fornece eletricidade à central nuclear de Zaporíjia, na Ucrânia, ficou temporariamente danificada, na quinta-feira, após um bombardeamento, enquanto, segundo as autoridades ucranianas, se mantém uma "situação precária de segurança" nas instalações controladas por Moscovo.

Bombardeamento cortou temporariamente energia na central de Zaporíjia
Notícias ao Minuto

23:50 - 07/10/22 por Lusa

Mundo Ucrânia/Rússia

A equipa ucraniana que opera na maior central nuclear da Europa reportou esta situação à Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), divulgou esta sexta-feira o organismo da ONU em comunicado.

A linha danificada fornecia eletricidade ao reator 6 da central de Zaporíjia e o seu corte forçou o uso temporário de geradores a gasóleo de emergência.

"Cinco geradores a diesel começaram a fornecer energia a este reator, depois da sua ligação a uma linha de 150 quilovolts (kV) ter sido cortada durante o bombardeamento que ocorreu numa área industrial fora das instalações", destacou ainda a AIEA.

Na nota de imprensa, o organismo da ONU assegura também que o arrefecimento do núcleo do reator foi mantido em todos os momentos, durante uma hora e meia, enquanto os geradores a gasóleo estavam em funcionamento e uma fonte alternativa de energia de outros quatro reatores foi conectada à unidade.

"O incidente mais uma vez destacou a situação precária de segurança nuclear na maior central nuclear da Europa, agora localizada numa zona de guerra ativa", alertou a AIEA, citando a equipa ucraniana.

Por seu lado, o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, citado no comunicado de imprensa, elogiou o trabalho da equipa ucraniana "uma vez mais".

"Repetidamente, os corajosos, habilidosos e experientes operadores da central encontram soluções para superar os graves problemas que continuam a ocorrer devido ao conflito", frisou.

"No entanto, esta não é uma forma sustentável de gerir uma central nuclear. É urgente criar um ambiente mais estável para a central e os seus funcionários", acrescentou.

Grossi tem defendido a criação de uma zona de proteção ao redor da central, tema que abordou na quinta-feira em Kyiv, num encontro com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e que também abordará com as autoridades russas em Moscovo, na próxima semana.

Esta sexta-feira, quatro especialistas da AIEA assumiram a missão de apoio desta entidade na central de Zaporíjia, substituindo os dois que estavam a cumprir essas funções desde 01 de setembro.

Com seis reatores, a central nuclear de Zaporiya não produz eletricidade desde 11 de setembro, quando foi desligado o último reator em funcionamento.

Na quarta-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, assinou um decreto que determina que o governo assuma a central nuclear, sob controlo do Exército russo desde março, uma decisão rejeitada pela Ucrânia e pela comunidade internacional.

Rafael Grossi confirmou esta quinta-feira que também para a AIEA Zaporíjia é da Ucrânia.

"Está claro para nós, é uma instalação ucraniana, a propriedade pertence à Energoatom [empresa nuclear pública da Ucrânia]", assegurou o responsável da AIEA numa conferência de imprensa em Kyiv.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa - justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

Leia Também: Kyiv denuncia envio de 20 drones iranianos por Moscovo a Minsk

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