Numa carta enviada a Zuckerberg, citada pela agência Associated Press (AP), os procuradores mostraram-se preocupados com os efeitos das redes sociais no bem-estar físico e emocional das crianças, com o possível aumento do 'cyberbulling' (assédio através da internet) e com a exposição a predadores, notando que a empresa tem um "histórico irregular" no que se refere à proteção das crianças nas suas plataformas.
"Parece que o Facebook não está a responder a uma necessidade, mas a criar uma, tendo em conta que esta plataforma pode atrair crianças que, de outra forma, não teriam uma conta no Instagram", lê-se no documento, assinado por procuradores de 40 Estados.
Os regulamentos de privacidade do Instagram estabelecem que os menores de 13 anos não estão autorizados a ter uma conta nesta rede social, detida pelo Facebook.
A procuradora-geral de Massachusetts, Maura Healey, considerou, em comunicado, ser "vergonhoso" que o Facebook esteja a ignorar uma "ameaça real" para a segurança e bem-estar das crianças, privilegiando o lucro através de um "segmento vulnerável".
O Facebook anunciou na segunda-feira que está a explorar uma versão do Instagram para crianças, tendo em vista dar aos pais um maior controle, garantindo que tudo fará para protegê-las.
"Estamos a desenvolver essa experiência, em parceria com especialistas em desenvolvimento infantil, segurança, saúde mental e defensores da privacidade", disse a empresa, sublinhando que pretende trabalhar com legisladores e reguladores, incluindo procuradores-gerais.