O facto de ter decidido representar, enquanto advogado, o candidato do PSD, Moita Flores, num processo sobre a legalidade da sua candidatura à Câmara de Oeiras, provocou “um debate público” que Nuno Godinho de Matos, porta-voz da Comissão Nacional de Eleições, não esperava.
Por isso, revelou na antena da rádio TSF, decidiu demitir-se, este domingo, do cargo que ocupava há 17 anos. “Ao contrário daquilo que eu podia admitir e prever, surgiu um debate público sobre uma situação que eu pensava que ser meramente de natureza profissional” mas “começou a pôr em causa a CNE, e eu isso não quero que aconteça”.
“Entendo que devo salvaguardar a CNE e, em segundo lugar, cumprir os meus deveres de advogado”, acrescentou Nuno Godinho de Matos.
O advogado afirmou ainda que “a mulher de César tem de ser séria e tem de o parecer”, reforçando que, “acima de tudo, preza “o juízo” que ele próprio faz de si “todos os dias” quando se olha “ao espelho”.
O jornal Público, que avançou ontem com esta informação, relembra que, sábado, o candidato do PS à Câmara de Oeiras, Marcos Sá, pediu o afastamento do porta-voz da CNE, considerando que “incumpriu o dever de isenção a que está obrigado”.