O Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou esta segunda-feira que o crescimento de 2,8% da economia portuguesa no 1.º trimestre do ano, o melhor resultado desde 2010, e que foi enaltecido por Miguel Sousa Tavares no seu comentário semanal no Jornal da Noite da SIC.
“Os ótimos números na criação de emprego, no défice, que é o mais baixo de sempre desde o 25 de Abril, no superavit primário, ou seja a diferença entre o que o Estado dispõe como receitas e aquilo que gasta com o serviço de dívida, é o maior da Europa. O crescimento de 2,8%, oxalá assim se mantivesse, também seria provavelmente o maior da Europa”, declarou.
Além disso deixou elogios às políticas económicas do executivo de António Costa. “Isto não tem nada a ver com o anterior Governo, tem exatamente a ver com uma inversão total de políticas em relação às do anterior Governo. E eu estou à vontade para dizer isto, porque nunca esperei chegar a este ponto e ver resultados tão positivos”, sublinhou.
Miguel Sousa Tavares frisou que, tal como o Governo, acha “certo a aposta no consumo privado”, salientando o crescimento no turismo e admitindo que a economia nacional também está a beneficiar de “uma conjuntura externa muito mais favorável, a Europa também está a crescer”.
As perspetivas são boas, mas ainda assim Sousa Tavares foi questionado sobre qual o maior risco que a economia portuguesa pode vir a enfrentar: “O maior risco de sempre em Portugal é o Estado gastar mais do que deve e mais do que tem, e ir roubar à economia investimento privado e criação de emprego privado para sustentar o Estado. Esse é o maior risco”.
A este propósito o comentador revelou que gostou da ideia de o Governo criar uma medida que permita aos trabalhadores a acumulação de trabalho a tempo parcial com a reforma parcial, sublinhando ser “uma ideia em que todos podem ganhar”.
A medida pode ser uma ajuda importante para combater o desemprego. “Se é verdade que a Segurança Social vai ter uma despesa acrescida, também vai ter uma despesa menor porque deixa de pagar subsídio de desemprego a quem vem trabalhar nestas condições. É uma grande ideia e nós estamos a precisar de grandes ideias porque se há revolução que está aí no horizonte é a do mercado de trabalho. O mercado de trabalho como nós o conhecemos será completamente diferente daqui a 10 anos para a maioria das profissões”, rematou Sousa Tavares.