Novo Banco. "Estado fica amordaçado. Oxalá não façam maldade nenhuma"

Tanto António Vitorino como Santana Lopes vêem na solução encontrada para a venda do Novo Banco "um mal menor" que, contudo, tem os seus riscos associados. Ficando com 25 % do capital, sem poder votar, o Estado fica "amordaçado".

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Notícias Ao Minuto
28/03/2017 23:46 ‧ 28/03/2017 por Notícias Ao Minuto

Política

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António Vitorino e Santana Lopes comentaram, na antena da SIC Notícias, a solução encontrada para a venda do Novo Banco que será encerrada esta semana.

Bruxelas definiu que o Estado teria de abdicar do direito de voto para ficar com 25% do capital do banco, uma venda [à Lone Star] que se efetivará até ao final desta semana.

O socialista António Vitorino encontra explicação nesta resolução no facto de haver uma garantia de não desmembramento do banco.

A par disso, este desenlace é, de certa forma, "uma corresponsabilização do fundo de resolução do sistema bancário no seu conjunto por potenciais perdas ulteriores e e eventuais necessidades de recapitalização".

Isto é, trata-se de "assumir uma corresponsabilidade pelo destino do banco", nota Vitorino. Mas, fez questão de sublinhar, "para que isso possa ser autorizado, o parceiro público [Estado] terá de ser silencioso". Apesar de conter riscos, esta solução, para Vitorino, é o "menor mal". "A liquidação ou nacionalização seriam sempre piores soluções", realçou.

Em termos políticos, o socialista lembrou que PCP e Bloco queriam a nacionalização e que estes podem travar o processo caso este envolva aprovar uma legislação específica sobre a matéria. Mas, "advogados hábeis decerto contornarão essa dificuldade", frisou.

Na mesma linha, mas mais crítico e mais expansivo nos adjetivos, Santana Lopes disse não considerar esta uma solução equilibrada. "São estas originalidades 'bruxelenses' que acontecem de quando em vez. 25 % sem direito a voto... Não faz sentido, oxalá não façam maldade nenhuma grande, e o Estado lá dentro, sem poder votar, amordaçado, sem poder votar", comentou, lembrando, igualmente, tratar-se, ainda assim, de "um mal menor".

"O não desmembramento do banco é muito bom. só isso é um grande ganho. Agora, esta construção é um bocadinho esdrúxula", considerou, afastando do leque de opções a liquidação ou nacionalização. "Prefiro esta [solução], tem menos risco. Mas preferia, com franqueza, que o Estado tivesse direito a voto", lamentou ainda.

De resto, salientou que "o primeiro-ministro também é hábil". Por isso, "não vai haver nenhum ato legislativo" a propósito deste processo, previu.  

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