Livre considera que incidentes com PNR "põem em causa democracia"
O Partido Livre considerou que os incidentes com o Partido Nacional Renovador (PNR) ocorridos no domingo, em Lisboa, "põem em causa os princípios mais básicos da nossa democracia, como o da liberdade de expressão ou de associação".
© Global Imagens
Política Lisboa
Ao final da tarde, elementos do PNR concentraram-se junto à sede do Partido Livre, em Lisboa, onde estava agendada uma sessão pública de debate sobre "Como combater o trumpismo - notas e lições sobre a campanha nos EUA".
Num comunicado divulgado esta noite, o partido indica que cerca de 20 elementos do PNR, "que já se tinham mobilizado no Martim Moniz contra a manifestação em defesa dos imigrantes 'Por direitos iguais e documentos para todos', tentaram interromper o evento que decorria na sede" do Livre, à Praça do Chile.
No entanto, segundo o Livre, o debate não foi interrompido graças à atuação da PSP.
Para o partido, as iniciativas do PNR "reforçam a convicção de que os resultados das eleições americanas e do referendo Brexit, entre outros, permitiram uma legitimação de sentimentos proto-fascistas. É isto que nos deve realmente preocupar".
Por outro lado, reiteram a mensagem e a razão pela qual organizaram a sessão pública: "O crescente eco que o discurso populista e ultranacionalista consegue ter hoje junto de tantos cidadãos -- nos Estados Unidos e não só -- é angustiante e preocupante".
"A intolerância não é nem nunca será legítima. É urgente juntarmos forças para contrariar esta tendência do medo 'do outro' e daquilo que é diferente, do regresso aos egoísmos nacionais e da rejeição do cosmopolitismo, da solidariedade e da fraternidade", acrescenta o Livre, no comunicado.
Um militante do PNR foi esta tarde detido por desrespeitar as ordens policiais na Praça de Martim Moniz, em Lisboa, durante a manifestação de imigrantes, e depois de identificado saiu em liberdade, disse à Lusa o oficial de serviço da PSP.
Hoje à tarde, cerca das 15:30, um dos militantes do PNR desrespeitou a barreira policial, que separava a manifestação do PNR, da concentração de imigrantes por uma mudança na política de imigração, que decorria no mesmo local e à mesma hora.
Os imigrantes exigiam uma alteração da Lei de Imigração para resolver o problema de cerca de 30 mil estrangeiros que vivem em Portugal, mas sem autorização de residência, apesar de trabalharem no país, fazerem descontos para a Segurança Social e pagarem impostos.
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