"Donald Trump ludibriou as sondagens e venceu". É desta forma que Joaquim Jorge começa por se referir ao desfecho das eleições norte-americanas, apontando como os resultados deixaram os EUA, e o resto do mundo, "incrédulos".
Na opinião de Joaquim Jorge, a vitória de Donald Trump vai "provocar uma 'trumpalhada' nos próximos tempos.
No fundo , escreve o biólogo, Trump venceu "quase contra tudo e contra todos, excepto os seus apoiantes". Muitos desses "apoiantes dissimulados tiveram vergonha de dizerem em público que o apoiavam , mas no seu intímo, na decisão final deram-lhe o voto", entende.
Salientando que a "democracia tem destas coisas" e que na "América tudo é possível", Joaquim Jorge teme que Trump na Casa Branca represente "um verdadeiro terramoto político", em que as primeiras réplicas já se fazem sentir: "as bolsas caíram, o petróleo desceu e já há reuniões de emergência marcadas por vários governos", enumera, para depois concluir que, afinal, "ser milionário, aldrabão, machista, xenófobo e sem maneiras compensa na América".
Joaquim Jorge considera que o lema da campanha do republicano foi: "Falem sempre de mim, nem que seja constantemente mal". Por outro lado, a "candidata do sistema e da continuidade", Hillary Clinton não representava a mudança. "Os americanos perceberam que esta candidatura está milimetricamente programada como um computador", nota ainda.
Hillary Clinton, "uma perdedora" que "morre sempre na praia"
Além disso, Hillary "tem uma imagem dura, fria e démodé". Até a forma como se veste e apresenta, repara o comentador, faz lembrar a chanceler alemã, Angela Merkel. Daquilo que Joaquim Jorge observa, Hillary Clinton "nunca foi uma candidata entusiasmante e que fizesse vibrar os americanos. Sempre foi uma candidata vista como um mal menor. Nunca foi uma candidata muito desejada,mas uma candidata imposta que fazia com que os americanos encolhem-se os ombros".
A vitória de Trump a muito se deve a Hillary. "Tudo que fez na política foi devidamente programado e pensado. Todavia a política precisa, por vezes, de improvisação e criatividade. E, o mais importante - naturalidade", algo que a democrata nunca conseguiu apresentar.
Hillary é, portanto, "uma perdedora" que "morre sempre na praia". Nem com a ajuda de Barack Obama e Michelle, evidencia Joaquim Jorge, "não serviu de nada".
Agora, é esperar para, daqui a oito anos, para os Estados Unidos terem a primeira mulher na presidência. Essa mulher é, nada mais nada menos, que Michelle Obama. "Uma mulher com carisma , moderna e pra-frente". É esta a convicção que começa a ganhar força e com a qual o fundador do Clube dos Pensadores assina por baixo.