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No 25 de Abril, Marcelo desafiou a Direita e o PSD ripostou

Apelo a consensos marcou o dia em que se comemora a 'Revolução dos Cravos', mas houve quem não ficasse muito satisfeito com esse pedido.

No 25 de Abril, Marcelo desafiou a Direita e o PSD ripostou
Notícias ao Minuto

09:05 - 26/04/16 por Zahra Jivá

Política Comemorações

O primeiro discurso do 25 de Abril de Marcelo Rebelo de Sousa mereceu, no geral, uma ‘ovação’ de todos os partidos. De pé, aplaudia o PSD, PS e CDS. Mas também o Bloco de Esquerda e o PCP não deixaram de elogiar o discurso do chefe de Estado.

Referindo-se aos obstáculos que Portugal poderá enfrentar, Marcelo Rebelo de Sousa considerou positivo o facto de “neste momento” existirem “dois caminhos muito bem definidos e diferenciados quanto à governação, ao modo de se atingir as metas nacionais”.

Para o Presidente da República, “a democracia faz-se de pluralismo, de debate, de alternativa”. Contudo, no final de contas todos pedem uma coisa: “estabilidade”.

Tentando unir a Direita e a Esquerda, apelando aos consensos, Marcelo transmitiu a seguinte mensagem: “Unamo-nos no essencial, sem com isso minimamente negarmos a riqueza do confronto democrático, em que Governos aplicam as suas ideias e oposições robustecem as suas alternativas. Troquemos as emoções pelo bom senso”.

Mas reiterou: “a saudável contraposição de duas fórmulas de Governo não atinge o fundamental na unidade dos portugueses”.

À Esquerda, os ecos foram positivos. A porta-voz do Bloco de Esquerda considerou que Marcelo além de ter reconhecido “o que havia para andar, reconhece também o muito que há para fazer”.

Também o presidente do PS, Carlos César garantiu que o discurso do chefe de Estado foi “muito importante” e que constituiu um aviso sério a uma Oposição “sem critério” que recusa consensos essenciais, aludindo ao PS.

Ainda assim, o PS mostrou disponível para chegar a um consenso com a bancada ‘laranja’. "Nós, PS, esperamos pelo PSD e por todos aqueles que na sociedade portuguesa querem trabalhar em conjunto".

Já o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa comentou o pedido para que seja encontrado um consenso, mostrando-se disponível desde que seja positivo para o povo português.

A deputada do PEV, Heloísa Apolónia sublinhou que apesar de o Presidente ter pedido consensos às diferentes forças políticas, “não se deve falar dos consensos em abstrato. Temos de falar focados em políticas concretas”.

E também ao centro as reações foram positivas. O deputado do CDS, João Almeida reviu-se no discurso do Presidente e assegurou que o seu partido está disponível para construir consensos. “

Para João Almeida, Marcelo fez uma “leitura política atual muito lúcida” e referiu que “quem governa tem condições para governar e a responsabilidade de manter a estabilidade dessa governação”.

Contudo, “quem é Oposição tem a responsabilidade de apresentar alternativas e todos têm a responsabilidade perante o país de estar disponíveis para construir os consensos em áreas fundamentais” e construir “propostas alternativas”.

Surpreendentemente (ou não), o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro considerou que o apelo não tem fundamento. Existe uma “proposta protagonizada e executada pelo PS, com apoio parlamentar de Bloco, PCP e PEV”, e outra “pela alternativa política do PSD e que irá centrar-se nos próximos tempos no exercício de uma Oposição saudável”.

"Não podemos receber lições de disponibilidade para o consenso de nenhuma força política. O PSD liderou o governo quatro anos e meio, convidou o principal partido da Oposição, PS, para consensos várias vezes nas mais variadas matérias, coisa que o PS tem sucessivamente negado, primeiro na Oposição, hoje mesmo exercendo a liderança do Governo”, ripostou Montenegro.

Apesar de ter sido um discurso bem-sucedido, não foi o suficiente para o PS e PSD se entenderem.

Este 25 de Abril fica ainda marcado pela presença dos ‘Capitães de Abril’, que desde o governo de PSD/CDS não presenciavam as comemorações no Parlamento.

O presidente da Associação 25 de Abril, Vasco Lourenço considerou que “valeu a pena, não só não só pelo discurso do Presidente da República, mas também pelo do Presidente da Assembleia da República e de alguns grupos parlamentares".

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