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Marcelo com cravo dado por jovens para simbolizar o que falta fazer

O Presidente da República disse hoje ter trazido um cravo oferecido por jovens que simboliza o que falta fazer passados 42 anos do 25 de Abril de 1974, considerando que houve avanços mas persistem frustrações.

Marcelo com cravo dado por jovens para simbolizar o que falta fazer
Notícias ao Minuto

11:50 - 25/04/16 por Lusa

Política 25 Abril

No seu primeiro discurso numa sessão solene comemorativa do 25 de Abril, na Assembleia da República, Marcelo Rebelo de Sousa começou por "saudar os capitães de Abril" - representados nesta cerimónia pela Associação 25 de Abril, depois de quatro anos de ausência em protesto contra as políticas do anterior executivo PSD/CDS-PP.

"Bem hajam, capitães de Abril", afirmou o Presidente, recebendo palmas.

O chefe de Estado defendeu que "saudar os capitães de Abril é dever de todos os que, em Portugal, se louvam da democracia que o seu gesto patriótico permitiu instaurar", antes de "saudar o povo, que assumiu esse testemunho e o converteu em fundamento do Estado social de direito".

Depois, fez um balanço do período que se seguiu à Revolução dos Cravos, em que falou dos avanços e conquistas, mas também da pobreza e de outros problemas que permanecem e "legitimam queixas e frustrações em muitos portuguesas e portugueses e, em particular, nos mais jovens".

"Como aqueles - do Conselho Nacional de Juventude -, que ontem [domingo] me deram, simbolicamente, este cravo para que, hoje, ao evocar os 42 anos do 25 de Abril, não me esquecesse do muito que está por fazer", acrescentou, erguendo por momentos esse cravo.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, "o saldo é claramente positivo, para quem tiver a memória dos anos 70, mas pode começar a ser preocupantemente descoroçoante para quem só se lembrar dos anos 90 e da viragem do século".

"É injusto negar o que todos devemos ao 25 de Abril de 1974. É, no entanto, míope negar as desilusões, as indignações, as frustrações com a qualidade da democracia, a debilidade do crescimento, a insuficiência do emprego, o aumento das desigualdades, a persistência significativa da pobreza", considerou.

Na lista do que falta fazer, o Presidente incluiu "repensar o fechamento no sistema de partidos e nos parceiros sociais, recriar formas de aproximação entre eleitores e eleitos, ser mais efetivo no combate à corrupção e mais transparente na vida política".

No plano europeu, defendeu que se deve "lutar por uma Europa menos confidencial, menos passiva, mais solidária" e que "não pareça aprovar nos factos o oposto daquilo que apregoa nos ideais".

No seu entender, também é preciso "ir mais longe quanto à mulher na política e na chefia administrativa, ao jovem na sucessão geracional, ao emigrante e ao imigrante na vivência cívica".

"O Portugal pós-colonial tem de cuidar mais da língua, valorizar mais a cultura, ir mais longe na educação, na ciência e na inovação, dar mais peso às comunidades espalhadas pelo mundo, apostar mais na CPLP, dar aos que de fora vieram e integraram o nosso país social a importância no país político que lhes tem sido negada", declarou.

Marcelo Rebelo de Sousa advertiu para a necessidade de se "dar horizontes de esperança, que não sejam o ir de crise em crise", de se evitar "ficar refém pela dívida".

"O Portugal da coesão social e territorial deve ser muito mais corajoso não só a recuperar a classe média ou a alimentar a circulação social, mas também a combater as assimetrias e a pobreza que nos deve envergonhar", acrescentou.

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